segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

PUSILÂNIME

Inspirado em Symphaty for the devil


Querida, agora que sentiste
O meu mau hálito,
O meu sobretudo negro hábito
Diz adeus à vida que agora tanto carpiste.
Despe os teus seios ofegantes
Como duas pombas
Tentando esgueirar-se das grades,
E deixa a religião para os padres.
Vem partilhar sem medo
Esta garrafa de álcool
Até nascer o sol
Até perderes o medo
E contar-te um segredo…
Mas se tu estás pusilânime
Deixa-me contar-te
Que sempre estive sozinho.
Que encerrei Faraós e Césares
Vivos numa pirâmide,
Porque só eu sabia o caminho.
E fui o primeiro
A provar de Cleópatra
O tão desejado passarinho.
Por isso entrega-te sem pudor
E ajuda-me a fazer uma cria infernal
Com todo o amor
Que não existe
Neste mundo tão irracional.


Não me deixes triste.


6-12-2009


Alexandre Navarro ( Rui Sousa)

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