sexta-feira, 25 de março de 2011

Malditas marafonas que outrora
Fizeram de mim um farrapo
Mesmo que eu quisesse
Já não lhes podia pôr o cono num trapo








25-3-2011







Rui Sousa

PAVÃO, ESTRUNFE, PAVÃO?

Vossa mercê é tão inconstante
E tão constante nas mudanças de paixões
Que faz perder algo de simbólico
Nos meus poemas
Podes me trancar num quarto
Com esses três tipos
Com três garrafas de whisky Jack Daniels
Que eu seria o único que saía
De lá a caminhar direito





Rui Sousa
Eu, Igor Santiago li
O último pensamento de Alexandre Navarro…
Vou morrer sem sequer trocar com a minha gótica
Amada os brincos de noivado
Ela iria espetar-me um brinco
Mo mamilo esquerdo
E eu iria espetar um brinco
No seu CLITÓRIIiiiiiis……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….PIIiiiii.
Feia, porque é de índole inconstante
Linda,
Porque a sua formosura é constante
Mas nem em mil sonetos metade se descreveria
Mais complexos que o maior sábio da filosofia
Os seus doces meigos olhos
Que a amá-la ensinam
Aos olhares dos homens
Raras vezes se defendem
Coração de fria pedra
Onde a seta de Cupido se quebra
O teu novo namorado
Apesar de parecer simpático
Está mais parecido com um estrunfe
E pensará ter-me estudado
E não saberá quanto pode ser complicado
E posso não ter gostado
E eis o não vivo revigorado
Ele é tão feio…talvez belo por dentro e parece-me esperto
Mas vai a sua diferença
Da esperteza para a inteligência
Eu sou de bonita aparência, melancólico por dentro
E combino a impossível
Sensibilidade com inteligência
O que mais desejas?
Ou és como a maioria das mulheres…tontas?...
Preferem os feios
Por medo de ficarem na testa
Com retorcidas pontas
Ou será só teu amigo?
Não creio, porque os amigos das mulheres são os gays.



Rui Alexandre Sousa





20-3-2011
Decerto Formosíssima dama, que não ficou Actéon mais suspenso
Nem mais admirado, quando, viu, de improviso, banhar-se nas águas
Diana, do que eu fico atónito ao ver a vossa beleza, ainda que seja de longe…




Rui Sousa







20-3-2011
Não gosto do dia
Já nem gosto da noite
Gosto da alvorada
Gosto do crepúsculo
O resto é sofrimento


Rui Sousa


21-3-20111
Um casamento de dez anos
Que à cinco anos caiu em decadência:
- vai dormir para o sofá, cervejolas…
- Gordo javali embrutecido.
- Mas lindinha, desde quando
deixei de ser o teu leitãozinho?
- E não me chames lindinha,
È grotesco e tão vulgar como tu.
- Tu é que estás uma machona
que até já te deu para usares perfume BRUT.
- E tu deste em maricas para cheirares a perfume Shakira?





Rui Sousa




21-3-2011

sexta-feira, 11 de março de 2011

Se de excesso de alcoolismo
Estiveres mal disposto
E te estiverem a provocar
Tudo o que podes fazer
É em cima deles vomitar.




1-3-2011





Rui Sousa
Há por aí uns tipos
Que não sabem dar porrada
Com as palavras
E se me apanhassem a jeito
Seria five against one, one against five?
E tinha de ser agora
Que me tornei um homem tão bom
Detesto violências
E já me imagino pisado de forma soez
Pelos imundos estrumados cascos de gente asnática
Que desconhecem poesia
Mas posso parar de tomar medicação
E brutalmente voltar a beber
E o descontrolado da esquizofrenia
Pode aparecer…


28-2-2011




Rui Sousa
Imagem repetida
Não tida
Ida?
Saída?







23-2-2011





Rui Sousa
O carro
É o brinquedo dos adultos
E bem ou mal controlado
É veículo instável
Uma potencial máquina assassina
E o poderoso esmaltado carro
Sai da fábrica como a evolução
De um cancerígeno escarro
E parece que estou a ver Jim Morrisson
Com todo aquele peso e as calças de cabedal
E a bota partindo o vidro de trás de um carro
He’s rich because he’s got a big car



2-3-2011





Rui Sousa
Chamo prolongada azia
À filosofia
De que me quero ver libertado
Mas como sou mais soez
Chegou a minha vez
Nem que seja amarrado
E com toda esta malvadez
Estou a ser agarrado
A um amor do passado
Que pensava já ter esquecido
Que ainda é mais decadente
Amar melancólico e descontente
Do que por ti tenho vivido
Sofrido


21-2-2011





Rui Sousa

Ó MATRONA BELA Ó MATRONA BELA

Andas à toa
Até que algum malvado cachorrão
Te encaixe o ríspido descomunal mangalhão
Na receptível aberta croa
Perdes a proa
E quando esperares quadrigémeos
De seis quilos cada um
A tua barriga fica uma grande, movediça broa
Ou não te soa?

P.S Pela pouca experiência que tenho
E pelo que ouvi e vi
Eu confesso:
À partida desisti,
Porque é impossível dar conta de ti


E como tu és sereia com cauda forquilha
Que maravilha
Da Rua dos Olivais, é a Maria Brejeira
Treze vezes parideira
E se não te apraz
Connosco juntar-te num ménage à trois
Tem quem queira




Rui Alexandre Sousa



26-2-2011
Marido e mulher
Com relações extraconjugais
Ou relações abertas
Ou veado humano, ou cabra racional
Se têm filhos pequenos
Aproveitem agora
Forniquem até estoirar
Ou separem-se
E evitem o inevitável
Porque mais tarde os vão magoar


Rui Sousa




1-3-2011
Embora quase nunca carinho
Demonstre por ti, minha amada
MÂE, tu que com toda
A tua bondade
Te fiz sofrer
Logo ao nascer
Sem nenhuma vontade
MÂE, tu que trabalhas sem poder
E eu me sinto tão cansado
AVÓ, tu que faleceste
De forma tão sofrida
E na tua infinita bondade
Não saberás que sofro (ou não mereço)
Que me tenhas levado contigo?...





Rui Sousa

PORTUGUÊS IDIOTA

Pela tua fronha vermelha
Adivinho
Que o vinho
Seja a tua única parelha
E ficas tão irracional
Que és mais gozado
Que uma criatura asna
E estando sempre com a porra murcha
Sonhas em pô-la erecta
Mas a minita
Da tua mulher
Está longe de ser bonita
E como uma masoquista controlada
Dás-lhe outro tipo de porrada
E queres ir trabalhar para Espanha
E isso eu gostava
Porque parecias uma lontra estranha
E como a Espanha nos leva
Mais de vinte anos de avanço
Tu serias pior que um português idiota
Que um touro bravo
Serias um Australophitecos escravo

Rui Sousa

PORTUGUÊS IDIOTA

Pela tua fronha vermelha
Adivinho
Que o vinho
Seja a tua única parelha
E ficas tão irracional
Que és mais gozado
Que uma criatura asna
E estando sempre com a porra murcha
Sonhas em pô-la erecta
Mas a minita
Da tua mulher
Está longe de ser bonita
E como uma masoquista controlada
Dás-lhe outro tipo de porrada
E queres ir trabalhar para Espanha
E isso eu gostava
Porque parecias uma lontra estranha
E como a Espanha nos leva
Mais de vinte anos de avanço
Tu serias pior que um português idiota
Que um touro bravo
Serias um Australophitecos escravo

Rui Sousa

EPIGRAMA

Estando enfermo um poeta
Foi visitá-lo um doutor
E logo, logo em rigorosa dieta
O mandou pôr

«Regule-se, coma pouco»
Diz-lhe o médico eminente
-Ai, senhor, (acode o louco)
Por isso é que estou doente



Bocage
Para os brutos que praticam artes marciais
E as praticam fora do código e das regras
É mais doloroso deitar um homem abaixo com o poder das palavras
Do que ao poder de ríspidas patadas
E agora deixo de ter pseudónimos e de ser Rui Sousa
E Alonso Quixano
Agora soy Don Quijote de la Mancha
El Cabalero de la Triste Figura
Respeitador e defensor de donzelas
Escudo protector das putas casadas
E aguçada capadora espada sobre os zelosos ciumentos maridos
Com más intenções passionais
E amparo dos bêbados que vão a tropeçar



Miguel de
CERVANTES

El ingenioso hidalgo Don Quijote de la Mancha



Capítulo II

Que trata da primeira saída que da
Sua terra fez o engenhoso
D.Quixote

«Indo pois caminhando o nosso flamante cavaleiro, conversava consigo mesmo e dizia:
-Quem dúvida de que lá para o futuro, quando sair à luz a verdadeira história dos meus famosos feitos, o sábio que os escrever há-de pôr, quando chegar à narração desta minha primeira aventura tão de madrugada, as seguintes frases:
«Apenas tinha o rubicundo Apolo estendido pela face da ampla e espaçosa terra as doiradas melanias dos seus formosos cabelos, e apenas os pequenos e pintados passarinhos, com as as suas farpadas línguas , tinham saudado com doce e melíflua harmonia, a vinda da rosada aurora, que, deixando a cama do zeloso marido, pelas portas e varandas do horizonte manchego aos mortais se mostrava, quando o famoso cavaleiro D.Quixote de la Mancha, deixando as ociosas penas, se montou no seu famoso cavalo Rocinante , e começou a caminhar pelo antigo e comhecido campo de Montiel (e era verdade, que por esse mesmo campo é que ele ia) ; e continuou dizendo: » Ditosa idade e século ditoso, aquele em que hão-de sair à luz as minhas famigeradas façanhas dignas de gravar-se em bronze, esculpir-se em mármore, e pintar-se em páineis para lembrança de todas as idades!» ó tu, sábio encantador (quem quer que sejas) a quem há-de tocar ser o cronista desta história, peço-te que te não esqueças do meu bom Rocinante, meu eterno companheiro em todos os caminhos e carreiras. E logo, passava a dizer, como se verdadeiramente fora enamorado: -Ò princesa Dulcineia, senhora deste cativo coração, muito agravo me fizeste em despedir-me, e vedar-me com tão cruel rigor que aparecesse na vossa presença. Apraza-vos, senhora, lembrar-vos deste coração tão rendidamente vosso, que tantas mágoas padece por amor de vós. E com isto ia tecendo outros disparates, todos pelo teor dos que dos que havia aprendido nos seus livros, imitando, conforme podia, o próprio falar deles; e com isto caminhava tão vagaroso, e o sol caía tão rijo que de todo lhe derretera os miolos, se alguns tivera.