sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Nada me vive
Estou em noites brancas
E não quero escrever
Tenho o livro Noites Brancas
Para ler
E não me apetece lhe mexer







Rui Sousa





26-11-2010
Os rapazes da Pampilhosa
São todos uns malandros.
E ainda por cima há um
Energúmeno que me adora.
São uns abegões, por mim se babam para nada.
Não ligo a tal gentinha, sou a Branca de Neve malvada.
Não têm o gótico do Porto, a Cosmopolita de Lisboa.
Por isso quando nesta terra estou, em sonhos o meu passarinho voa
Para a grande cidade da Mealhada.




25-11-2010







Rui Sousa
Eu era pretendido…
Devia ser o Diabo
De pé de bode em salto
Alto escondido.
A cauda e um triplo nabo
Dentro de um rabo tão apetecido.

Uma mulher angelical
Lembrava-me velhas prisões.
Um amor fatal
De vícios e confusões.





Rui Sousa





25-11-2010

XIV

Bojudo fradalhão de larga venta,
Abismo imundo de tabaco esturro,
Doutor na asneira, na ciência burro,
Com barba hirsuta que no peito assenta:

No púlpito um domingo se apresenta;
Prega nas grades espantoso murro;
E acalmado do povo o gran sussurro
O dique das asneiras arrebenta.

Quatro putas mofavam de seus brados,
Não querendo que gritasse contra as modas
Um pecador dos mais desaforados:

«Não (diz uma) tu, padre, não me engodas:
Sempre me Há-de lembrar por meus pecados
A noite, em que me deste nove fodas!»



Bocage
Você que diz tiberculoso em vez de tuberculoso (e para mais tendo sofrido dela) e diz que fala mal (só por isto não o levo à paciência), porque a sua linguagem é arcaica…A linguagem arcaica consiste numa rica e régia aprendizagem das palavras que por vezes sendo mais difíceis de compreender encerram em si mais riquezas e interpretações…e na mistura por vezes de mitologia grega e romana, e também quase todas as vezes para mim ininteligível latim. Experimente ler o D.Quixote e o jornal A Bola que você costuma ler mal e veja se a sua linguagem é arcaica.



Tenho mais de cem livros de autores consagrados para ler e só leio dois por mês. E confesso que já li o engenhoso fidalgo D.Quixote de la Mancha mais 400 vezes, e li há pouco num jornal que em 2002 foi considerado o melhor livro de todos os tempos. E fala-se muito na versão de Aquilino Ribeiro que fui forçado a ler algumas vezes e não gostei muito, porque tem passagens muito modernas e um D.Quixote HispanoPortuguês.






Rui Sousa
Nem Ares me manipulará contra os Troianos
Enquanto o cobarde e bêbedo rei Agamémnon
Que não participa nas batalhas devolver a sacerdotisa
Sofia de formoso rosto e bela cintura ao folho de Peleu,
A quem a sua mãe, a semideusa Tétis mergulhou no rio
Estige suspenso pelo calcanhar





26-11-2010








Rui Sousa
Nem Ares me manipulará contra os Troianos
Enquanto o cobarde e bêbedo rei Agamémnon
Que não participa nas batalhas devolver a sacerdotisa
Suzana de formoso rosto e bela cintura ao filho de Peleu,
A quem a sua mãe, a semideusa Tétis mergulhou no rio Estige
Seguro pelo calcanhar.




26-11-2010






Rui Sousa
Pequeno conto



O CANIBAL E A VELHOTA


Disse o canibal para a velhota de noventa anos:
-Ò velhota, para que queres o clítoris?
-Deixa-me comê-lo…
-Ah é, malandro? Passa por minha casa
Na próxima sexta feira treze de lua cheia
Que se adivinha e bate treze vezes na porta
Que Diana te guiará…
E o canibal com ânsia esperava…
Até que chegou a esperada noite
E a lua parecia envolver a casa da velhota,
E bateu treze vezes na porta…
E apareceu uma figura de mulher jovem e espadaúda.
E se refocilaram a noite toda.
Ao acordar de manhã viu ao pé de si a velhota
Que lhe disse:-Ainda queres o meu clítoris?
-Olha para baixo da tua cintura.
(Por mais que olhasse e apalpasse não dava com o pénis).
-Sou bruxa e canibal há mais tempo que tu!
-Mas só foste por um feitiço castrado melhor que um cirurgião.
E o canibal amansou e tornou-se vegetariano.




1-12-2010


Rui Sousa
As mulheres sérias vão sendo poucas
A quem os nossos segredos, amor dividimos
E sem fingimento nos rimos.
Muitas são as vacas loucas
Que como dois porcos javalis sem arte
Sexualmente nos transmitimos
E desconfiados amor fingimos.
Até que um coração se enfarte.




Diego Tristan




12-8-2010
Não era surreal
Que uma bomba sexual
Pelo marido abandonada
Por não conseguirem ter fetos
Caísse desesperada
Nos meus afectos?...

E embora escondesse
Um útero seco,
Isto de ter filhos
É bom é bom é quando
Se está a tentar fazê-los.




Até ficar na espinha





26-8-2010





Rui Sousa
Tu, que pareces ter mel
A quem te seguem papalvos zangões,
A quem afinal envenenas os corações
E a quem dás num remoinho os teus cabelos de Rapunzel…

Álcool para mim foi o teu mel,
Mas na água cristalina vi o teu fel
E como encardido espelho
Nela o fel vomitei…
E como um sábio velho
Creio que existe puro mel que não procurarei.






26-8-2010








Diego Tristan
Diz consigo a minha ex amada
(por não me ocorrer mais nada)
Que estando casada
Não está morta.
E por outros vai sendo consolada
Enquanto sonha por uma porra grossa e torta
Que lhe toque nas bordas da vagina dilatada.




Diego Tristan


Ainda guardas um pouco
Da cegante beleza
Que tinhas aos vinte anos.
Mas como este mundo gira
Sem parar daqui a outros vinte
Estás uma carcaça.
Baseado no filme Tróia
Em Aquiles interpretado por Brad Pitt
Não me importo que por estas palavras
Me batam daqui a dez dias
Ou que me matem daqui a dez anos.
Todos os homens morrem.
E se o mundo não for destruído
Pela natural boçalidade do homem
O meu nome viverá pela arte
Sem que eu precise de procriar.


NEM QUE FOSSE COM A AVE FÉNIX


O POETA DO APOCALIPSE

IX

Arreitada donzela em fofo leito
Deixando erguer a virginal camisa,
Sobre as roliças coxas se divisa
Entre sombras subtis pachocho estreito:

De loiro pêlo um círculo imperfeito
Os papudos beicinhos lhe matiza;
E a branca crica, nacarada e lisa,
Em pingos verte alvo licor desfeito:

A voraz porra as guelras encrespando
Arruma a focinheira, e entre gemidos
A moça treme, os olhos requebrando:

Como é ainda boçal perde os sentidos:
Porém vai com tal ânsia trabalhando,
Que os homens é que vêm a ser fodidos.





Bocage
Não vou abrir a porta nunca mais.
(Como se tu a conseguisses encontrar)





Rui Sousa








2010
Há uma coisa que eu sei…
Ao ser poeta errei.
E sendo mais novo que tu
A minha vida é mais aberta
Que o teu cu.






Rui Alexandre Sousa







2010

HOMEM NADA

Eu sei que o sou,
Porque já vi muitos homens mortos caminhando
Os homens têm ligeiro receio quando pelo álcool estou aceso
E faço por merecer das mulheres o desprezo.

No entanto mulheres mimosas
Sexualmente as possuiria como um lobisomem,
Porque aparentes formosas rosas
Já não enganam este nada homem.


Para as mais vaidosas:
Con mis manos tus blancas nalgas enrojecia
E a vossa celulite trincada pelos meus dentes
Se desvaneceria.



Diego Tristan


14-11-2010
Estou farto de ver estes carros
Que têm na parte traseira círculos entrelaçados
O casal que o vai conduzindo e nele passeado
Não precisa de usar anel
De compromisso ou de noivado.



14-11-2010





Rui Alexandre Sousa

O MEU PAI

O meu só se orgulhou
De mim duas vezes.


I


Estava o meu pai a falar
De futebol com um adepto do Sporting
E eu disse de repente com 8 anos:
-Os lagartos têm a língua muito comprida.




.

II

Tinha 12 anos e estava na praia
A olhar de lado para um tipo,
Porque estava acompanhado por uma miúda bonita
Quando ele reparou e disse: -Nunca viste?
E eu respondi: -merda tão grande nunca.




Rui Sousa




14-11-2010
A tua estrumada beleza
Não é o teu dom com certeza.
Mas tens imóveis e bens em largueza
Com que enfeites esta tua riqueza.
Mas a minha índole tem de Diana a gentileza
E nunca saberás, ou até saberás (bagatela)
Quando farei mais de uma escapadela.




Diego Tristan




2010

XXXVIII

Eu foder putas? Nunca mais caralho!


Batendo sobre as horas como um malho,
«Juro (diz ele) só foder senhoras,
das que abrem por amor as tentadoras
pernas àquilo , que arde mais que o alho«


partes copiadas de um soneto de Bocage



14-11-2010





Rui Sousa
E não sendo amigo de Axl Rose escrevo estas palavras de Mickey Rourke
Sou fã e amigo de Axl Rose, depois veio aquele mariquinhas do Kurt Cobain
Com os seus riffs e quase estragou tudo. Riffs que o considerado 2 melhor guitarrista
Do mundo nos mestres da guitarra, Slash faria de olhos fechados. E enquanto Kurt Cobain se suicidou, Slash esteve 12 vezes para morrer de overdose, numa das quais levou uma injeção de adrenalina no coração estilo Pulp fiction. E Axl Rose que sujou cada vez mais a voz por a esganiçar além dos limites e corria o palco todo com altos flashs de cocaína e álcool.
E até admira que Chinese Democracy, álbum de Axl Rose com novos música que demorou mais de 10 anos a ser feito, estando longe de ser um Appetite for destruction
O segundo álbum rock mais vendido de sempre e existindo downloads tenha vendido cinco milhões de cópias. E até diziam que era mais fácil chegar a democracia à China do que o Chinese Democracy chegar às lojas.
Betos, betos drogados encobertos, góticos por capricho, riffs de grunge mocantes ou deprimentes, estúpida aparição do hip hop, haja pachorra…

Rui Sousa

Double Talking Jive

Achei uma cabeça e um braço no lixo
Não sei porque estou aqui, vivo há tempo a fugir e a correr
Tenho de double talking jive leva o dinheiro
Filho da puta, não tenho mais paciência
Conversa barata, não tenho (mentira) mais paciência, meu
Na cidade, os novos amigos perguntam como tenho passado
Desconfiado e deslocado, é como eu me sentia
Double talking jive leva o dinheiro, f.d.p.!



Guns n`roses


13-11-2010



Diego Tristan
Quer ir namorar nos Serralhos da Turquia,
Quer ir pescar um tubarão num mato,
Quer ver uma cobra castiçar com um pato
Quem querr ver sinceridade nos olhos da Sofia




2010






Rui Sousa
Não há nada mais deprimente
Do que uma linda mulher
A passear a sua cria num carrinho
De bebés e deixar-te com um sorriso contente.



Cria que foi feita com grande tesão
Num grande carrão.


12-11-2010





Rui Sousa

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

DEMÓNIO NA IGREJA

Alcoólico

Dentro da igreja entrei
E por natureza agonizei
E já lá fora vomitei
Os anjos me agrediam
Com caras feias e palavrões
Os arcanjos não me defendiam
Querubins me rogavam maldições
A menina baptizada que tanto chorava
Parecia que pela água benta
Era queimada
Vi sangue a cair
Dos olhos de Jesus Cristo
Para depois voltar a subir
E entrar-lhe nas meninas dos olhos
E se tornar verde por descrever
E ser possuído pelo corpo de Lúcifer.
Não sei quanto tempo isto durou
Quanto meu coração se sobressaltou
Até que acabou…
Ingeri muito álcool
E depois isolei-me na floresta
Longe do sol
Até que uma voz na minha mente
Me disse de repente:
Agarra o Diabo
Não largues o cabo
Não fujas da festa
Não uses a floresta




22-10-2010





Rui Alexandre Sousa

A BÊBEDA

A mulher embriagada
Por qualquer um é fornicada
E achando um macho atraente
Empurra-o para a rua
Qual loba ao ver a cheia lua.
Mas o pobre é apanhado de repente
E não está potente,
Mas ela trata disso com a boca
E qual chítara de esperma na sua toca
Ela afinal vem-se pelos outros dois canais
O pobre macho afinal é humano
E ela esquece essa noite
E as demais
Até que lhe bate como um açoite
O período está atrasado
E já tendo a certeza que está cheia
O pouco álcool que bebe vomita
Mas não sei porque ideia
Nem da figura quanto mais do nome do pai
Está na mente guardado
Ou por estranha crença
Quer parir esta criança
Mas durante a gravidez
Continua a beber
E nasce uma criança de saúde débil
Desprovida de altivez.





222-10-2010






Rui Sousa

A RAINHA

Vendo esta rainha
Mais feia que uma tainha
Compreendo porquê
As mulheres gostem
Que lhes chamem
Princesas em vez de rainhas.
Esta rainha
É a combinação
De uma ratazana
Com uma baleia.
Mas todos a fodem
(estranhamente)
Desde que tomem banho
E não lhe digam que ela é feia.
E já fez dois abortos
Como ela.

3 PARIDEIRAS

Esta princesa
Já pariu duas vezes
E outras tantas pariria
E qualquer homem
A engravidava
Até um decano
De oitenta anos,
Porque ela é o
Viagra humano.
Minha eterna avó Tina
Faz hoje
Dois anos que faleceste
Da morte que não se atrasa
Nem foge
Tiveste uma morte
Tão sofrida e repentina
Ajudada pelos teus dois netos
Quais aves de rapina
Que apressaram a tua triste sorte
Tu que passavas mal
Para que nós estivéssemos bem
(embora por mim não fosse tão necessário)
Só agora de grande mulher sinto o teu valor
As tuas auto privações e ralações foram de tal
Ordem que me sinto um irracional, ninguém,
Um mendigo de ti cheio de fome e de dor
Pois só agora passo fome
(como tu previas) agora reconheço o teu valor
Mas se de Deus existe de estrelas céu,
Uma estrela mais brilhante apareceu.






Rui Alexandre Almeida Sousa




2-11-2010
Às vezes em lugares certos
Mil imagens a mente me finge.
Ás vezes em lugares incertos,
Um Maremoto de longe me atinge.





Rui Sousa






2-11-2010
Vendo burros a mandar em homens de inteligência,
Ás vezes chego a pensar que a burrice e a estupidez são uma ciência.


António Aleixo


Agora não existirá uma ténue comparação?



Eu não sou aquilo que sou.
Sou aquilo que os outros querem que eu seja.
No entanto, parecendo que o sou,
Nunca sou o que os outros querem que eu seja.

Sou um louco de amores
Não vejo senão paredes.



Joaquim de Sousa
Poeta, filósofo e pedreiro Pampilhosense.

No entanto a minha loucura preferia:
Sou um louco de amores,
Não beijo senão paredes.




31-10-2010
A poesia é uma violação da mente….
Experiência repetida
Mal vivida
Violação consentida?





Rui Sousa

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Chorrilada

Um chorrilho me dá, oh musa, querida, pequena
Que eu com rijo tesão pego na pena…

Princesa, sugar babe quem era aquele chorrilhado
Gatafunho, qual pavão que contigo se pavoneava
Num gatafunho que nem
Por ele foi gatafunhado?....


Para esse conformista
Que o não quer parecer
Tenho estas palavras
Do bipolar Axl Rose
Que as repete o esquizofrénico Rui Alexandre:
Get in the ring motherfucker
And i kick your bitch litle hasss


Mulheres só para mim difíceis
De rosto angelical e amor de bruxa.
De cono usado e mal lavado,
Adeus,,,não sou vosso devoto.

A evolução é destruição
A retardação é salvação?


p.s.Na verdade és a criatura mais encantadora que já vi.


E para dourar os meus excessos
Não quero que sejas minha.


Rui Sousa


13-10-2010
Eu estou borracho
Como um comboio prestes a parir
Como um avião a cair
Onde ninguém o vai ouvir
E só me sobrou vinho carrascão
Que me alivia um pouco o coração

O meu estômago é um cocktail
De bebidas misturadas em convulsão
Como quem arde por paixão
E vou fumar o meu cigarro com estilo
E tu és das fêmeas o sarilho
E com a tua língua na minha podes
As salivas numa efervescência
Sendo a tua língua o rastilho
Do pâncreas uma alcoólica explosão






29.9.2010






Diego Tristan
Coitado de Deus,
Porque não aparec e em revistas
Onde se vangloriam iletrados ateus,
Onde aparecem ranhosas políticas,
Rançosos artistas?...





2-10-2010







Rui Sousa
Os teus olhos
Curam visões vagas
Os teus olhos
Volvem-lhes chagas

Eu quero beijar-te,
Mas é melhor não tocar-te
Eu quero abraçar-te,
Mas o meu senso diz-me para parar
Eu quero beijar-te,
Mas eu sei que me vou viciar
Eu quero provar-te,
Mas os teus lábios são veneno
A correr pelas minhas veias

Os teus olhos
Uma morte conquistada
A tua pele
Tão molhada
O teu amor
Tão venenoso
A minha dor
O teu gozo

O teu corpo tão mimoso
As tuas nalgas tão brancas
As tuas pernas de Afrodite duas trancas
Para o viciado amante de coração leproso


Fugite, partes adversae


26-9-2010





Rui Alexandre Sousa
Doutora Sofia,
Pelo que sinto e vejo
Prefere guardar esses
Apetitosos toucinhos
Para os bichos da terra
Se banquetearem
Em vez de açoites
Na anafada bunda dar
Para aquela senhora se desencantar.





15-9-2010






Rui Sousa
Doutora Sofia, olhe que não é
Pequena lástima
(sendo você doutora e feiticeira)
Que aquela pobre
Senhora continue
Encantada por seu
Descuido e negligência.




14-9-2010




Rui Sousa

ASSIM DECRETOU MERLIM:

Ó tu que és honra e glória dos que vestem
Túnicas de aço e rútilo diamante,
Luz e farol e mestre e norte e guia
Daqueles que deixando o torpe sono
E os ociosos leitos, só se empregam
Ao rude, intolerável exercício
Das sangrentas, fatais, pesadas armas!
A ti digo, ó varão nunca louvado
Como o mereces ser; a ti, valente
Cavaleiro e discreto D.Quixote,
Da Mancha resplendor, da Espanha estrela:
Para que Dulcineia del Toboso
Possa recuperar o antigo estado,
Deve a estonteante Sofia pela sua lascívia
Assentar nas suas largas pousadeiras,
Descobertas e ao ar, três mil açoites
Com suas próprias mãos, e mais trezentos…
Açoites que lhe doam bem deveras.
Mandam os que foram da desgraça
Da bela Dulcineia causadores,
E aqui vim a dizê-lo, meus senhores.





3-9-2010





Rui Sousa

Órfão

Órfãos que sobreviveram na rua
Predadores que subiram a encosta
Uivando para a lua
Sem resposta



E toda a minha violência
A tremer numa só mão
E toda a minha demência
Por favor, mais não
E todo o meu coração,
Órfão





28-6-2010








Rui Sousa
Agora que estou casada
E com todo o conforto
Talvez precise de uma vedada ajuda
De quem eu deixei louco morto.
Raparigas não querem dinheiro.
Querem sentir do amor o cheiro
De quem eu sabia que me amava,
Que nunca me abandonava
Quando nos seus olhos amor fixei
E na solidão o abandonei…





25-6-2010
Fez eco como treze sinos
De igreja batendo alternados
Na minha mente o bom dia
Que me disse aquela linda arredia.

Seria por medo ou educação?
Por gozo ou provocação?
Ou simplesmente a reinante hipocrisia?



27-6-2010






Rui Sousa
E vieram todas as louras
Tingidas e falsas
Para me bater
Para mal delas não escrever
E chutaram e pisaram-me descalças
Com o fedor e as unhas encravadas
Que as botas de salto alto usam esconder
E aterrorizaram o meu o meu lado vampírico
E rogaram pragas e paixões envenenadas
Ao meu lado satírico.
Fui tão satírico…






Um pensamento de Alexandre Navarro
Durante o labiríntico coma…

Onde estão as mulheres deste país?

À meia noite se eclipsaram
E em suas casas com feitiços tiraram
As verrugas do nariz.

Montadas em vassouras voaram
Para o centro de Paris.
E com o seu hálito envenenaram
A parisiense bela e o amante que condiz.





12-7-2010






Diego Tristan
Não perguntes porquê
A quem punheta só terá no mono,
Se tudo o que nela se vê
É tudo cono?








11-7-2010







Diego Tristan
Não sei que sábio disse
Que para um homem ser sublime
Precisava de fazer 3 coisas:
Escrever um livro, plantar uma árvore e fazer filhos.
Já editei um livro, plantei árvores pelo misterioso
Sussurro que elas emanam quase imperceptível.
Se eu fizer um filho será acidental.




Pois já vi cada pedaço de asno com a sua
Fêmea e as suas três crias.





27-6-2010








Rui Alexandre Sousa
Me gusta la vaca mimosa,
Me encanta la vaca que se va reir
De nunca olvidadas tetitas.






Um pensamento de Alexandre Navarro durante o coma…

Consuelo

Viene aqui consuelo
Mi perra.
Tu es lo consuelo,
La perra de la malta.

Jo caminaba triste por el camino.
En tus tetitas senti el calor,
En mis carícias te veo el amor.




19-6-2010





Diego Tristan de vuelta à Galicia

Um num milhão

É tempo de trabalhares,
É tempo de enriqueceres,
É tempo de casares.
Mas não te interessam esses assuntos mundanos,
Porque tu ficas sempre muito alto.





18-10-2010





Rui Sousa

terça-feira, 8 de junho de 2010

A MINHA ETERNA AMIGA NELA

Amiga do seu amigo.
Conciliadora de inimigos.
Que saudade.
Muitos queriam ser mais
Que teus amigos
Envergonhado era de verdade.
Levou-te a morte
Na fresca idade da verdura.
Tantas pessoas foram ao teu funeral...
Tivesse tido a tua ternura
E o teu génio cordial.
Digo sem loucura
Que para mim podia ter vindo a morte
E todo o Orco Infernal.





Tu, que transmitias vida.
Eu, que só existo.



5-6-2010




Rui Alexandre Sousa

CONDIÇÃO DE MULHER

Ele adorava-a
E ela o desdenhava.
E durante muito tempo
Assim permaneceu
Até que ele soube
Que uma mulher o amava.
Não era bonita,
Mas tinha um corpo que encantava
E uma amiga extremamente bela
Com os dois se refocilava.
Foi assim aprendendo
Todas as técnicas fodedoras.
E como as mulheres
São umas linguarudas
E invejam até o homem
Da melhor amiga por mais feio que seja,
A sua fama sexual chegou
Às ricas, às casadas, às de vinte, às de quarenta
Que chegou a namorar com três ao mesmo tempo
Que eram amigas, e acabaram por descobrir,
Mas ele já estava farto de foder.
E aquela que dantes o desdenhava
Agora o adorava.
E ele nem por curiosidade a queria ter.
Mas a culpa não foi de todo dela:
Natural condição de mulher.




NobodY Knoms
I’m a lesbian



30-5-2010


Rui Alexandre Sousa
Hail, hail
Life is hell















FRÁGEIS MORTAIS
COM IDEIAS FATAIS...

Atentem nesta quadra da Clepsidra de Camilo Pessanha que eu sei de cor:




Eu vi a luz em um país perdido
A minha alma é lânguida e inerme
Ah! Quem puder deslizar sem fazer ruído
No chão sumir-se como faz um verme.





6-6-2010



Rui Sousa

VAMPIRO DE SANGUE ALCOÓLICO

Fui transformado alcoolizado
Tenho sede de sangue alcoólico


Como não posso nada contra o sol
Vou despertar com mais potência
O vulcão adormecido da Indonésia
E as vulcânicas erupções
Durante uma semana
Mergulharão o mundo em trevas.
E os gazes subirão
E os raios de sol não tocarão no chão.
As colheitas vão morrer.
A prostituição, as drogas, a violência vão aumentar,
E só o álcool será alimento
De esquecimento
E de sangue alcoólico vou viver



4-6-2010




Diego Tristan

AÇUCAR

Mulher linda de morrer,
Mas alcoólica drogada
Foi de comboio para uma distante festa
E muito aérea da sua testa
Conseguiu acertar num café discoteca
Acordou ressacada
E não se lembra
Por quem ou por quantos
Foi fornicada
E assim novamente
Embebedada
Drogada
Comprou um bilhete
Para a terra errada,
Mas tu vais melhorar adocicar,
Porque tu és açúcar.







5-6-2010




Diego Tristan
Lembras-te do Alexandre Navarro?
Aquele que teve um ligeiro A.V.C. e caiu para a estrada
E foi atropelado por um carro? Esse mesmo...esteve
Um mês em coma profundo, até que os médicos o deram
Como morto, mas a sua médica diz que não pode ser,
Porque ele continua com a porra erecta.






5-6-2010





Diego Tristan

Ninfeta

Seu trintão
Não compreendes
Que há muito
Tenho o menstruo imundo
E como uma gata com cio
Por uma fila de dez
Fui abalroada.
E que sou uma ninfeta
Que não sinto amor
E em mim explode o cumeta
E lhes dou variada dor?





5-6-2010




Alexandre Navarro

quinta-feira, 27 de maio de 2010

FLUTUANTE ABISMO

Quando eu libertar o coração
Talvez encontre uma nova via,
Encontre um belo dia.
Uma nova estação
Que transforme a minha melancolia
Em nova e sincera alegria.

É tudo uma questão de razão
Quereres tocar belos corações
Incógnito no vaivém de comboios na estação.
Entristecer ou alegrar conforme o clima das estações.

Ou talvez se eu mentisse
Como tanta gente fez e faz,
Talvez eu me redimisse
Levantado do chão por minha vez.





20-5-2010




Rui Alexandre Sousa

TORMENTO

Afastas a cidade
Solta dos teus eriçados cabelos,
Porque a vida é o tormento
Em que se emana fedor dos teus chinelos.






Eu não sou ninguém, mas quem gostar de uma leitura pura e emotiva, gostaria que lesse Meu pé de Laranja Lima De José Mauro de Vasconcelos.





Há muito tempo que procurava este livro e finalmente para meu gosto o encontrei.





Rui Alexandre Sousa
Teenage runaway
Live fast die young

Kill your idol

Charlie don`t surf

Shit happens

Never too young to die

I like the pope
The pope smoke dope



Um dia vou estampar esta quadra de António Aleixo numa t-shirt:



Sei que pareço um ladrão,
Mas há muitos que eu conheço
Que não parecendo aquilo que são;
São aquilo que eu pareço.




















Segue(o) o atalho
Para o princípio da noite
Como um retalho
Longe da civilização pernoite.
A lua está cheia.
Foi pelo homem violada.
Está prestes a explodir.
A minha dor é 1 hora e meia.
Quero-te de mim afastada,
Mas vejo o teu lindo sorrir.
Porque não faz nada Diana?
Ter-se-á tornado humana
Naquela que amo e por quem fujo?
Os meus sentimentos possessivos
Tenho de os extravasar em sítios esquecidos…
A minha cabeça tem mil explosões num abafado rujo.
Em gestos e vícios que só pra mim se voltam agressivos
Em infinitos pensamentos feminis neste contraste tão apetecidos.





19-5-2010



Rui, o miserável
Que sofre por Diana
E despede-se de Afrodite.

ANGÚSTIA II

De repente fez-se um sol abrasador
Que apanhou desprevenido
Diego Tristan, Alexandre Navarro, quanto mais Rui Sousa.

O sol está a pino.
Vamos, recobremos um pouco de tino.
Parecemos expostos a invencível prova...
A cada dois passos pisamos uma pequena cova…
Procuremos entre pequenas sombras
Chegar ao refúgio
Da amiga solidão,
Da amada escuridão.





Diego Tristan, Alexandre Navarro, Rui Sousa




15-5-2010





Só Abel Agreste o Alentejano se divertia

ANGÚSTIA

Tudo o que pensas saber
Babe,
Está errado.
Tudo o que pensas poder
Está pesado.
Tudo o que virás a ter
Está ultrapassado.
Porque o teu espírito vive cá.
Querida, vamos lá.
Mas, tu sabes quando beijar.
E sabes quando ausente
O teu beijo pode matar.

Oh! Para quê a vida?
Se eu nem sequer
Eternamente
Vou viver.
Ainda se num enigmático papiro
Pudesse estudar a ténue
Possibilidade de vir a ser vampiro…
A única coisa que sinto é dor.
Por isso embora doa demais,
Faz-me sofrer mais,
Meu amor.



14-5-2010



Defecano



A razão que à minha razão se faz é tão sem razão que com razão me queixo da vossa formosura.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

1



Ah! Se alguém pudesse contar
As voltas que a greta dá
Para que possa encontrar
1 GRANDE amor.



2



Gente finíssima.
Gente famosíssima.
Gente de aparência.
Gente sem importância.




3




Que gosto me dá ouvir
Aquelas professoras de ar snob
Que quando puxam pela voz
Soltam um som estridente.




9-5-2010





Rui Sousa
Todas as mulheres
São o que quiseres
Decano endinheirado
Com sorte.
Mas o excesso de viagra
Pode ser a tua morte.


Para as pudicas, frígidas, manientas, para as que mais rodadas que 13 carros de fórmula um querem ser tratadas como donzelas, aqui ficam duas oitavas do poema Ribeirada do poeta Bocage (Bardo do Sado) que eu sei de cor:


Tendo o cono patente no sentido
Na barriga o tesão lhe dava murros.
E de activa luxúria enfurecido
Espalhava o cachorro aflitos urros.
E com a lembrança do vaso apetecido
O nariz encrespava como os burros.
Até que em vão berrando pelo cono
De todo se entregou nas mãos do sono.


O brando coração da fêmea alcança
Com finezas, carícias e desvelos.
A qual sobre a vil cara emprega e lança
(Tentação do demónio) os olhos belos.
O fodedor maldito não descansa
Sem ver chegar o dia em que os marmelos
Que tem juntos do cu, dêem cabeçadas
Entre as cândidas virilhas delicadas.



5-5-2010




Rui Alexandre Sousa

MELHOR

Pelo percurso
Que fiz
Estarei morto.

Pelo teu nublado discurso
Com que ris
Serei um vivo aborto?





4-5-2010







Diego Tristan

ANOTAÇÃO

Talvez pelo pai abandonado
No precipício da adolescência.
As tentativas de suicídio
Me tenham seduzido e tentado.
Por um amor doentio, obsessivo,
O álcool em excesso
Com drogas misturei.
Ou foi a minha hipersensibilidade
Que faz de mim o que não sei?


E as pessoas que mais amei
Foram as que menos toquei.




2-5-2010




Que desespero não
Conseguir deixar de escrever.





Rui Alexandre Sousa
No deserto de ideias
Vi um pescador
Em marés alheias
Tentando pescar sereias
E vi nas suas redes a silenciosa dor.

Do seu barco
Eram vizinhos seus os tubarões,
As gaivotas que se aproximavam…
Desejava ter dois corações
Para dar às sereias que se não divisavam.
(Farto das que se humanizavam)

Estava da costa distanciado…
Não tinha forças para remar.
Não chorava nem auxílio procurava.
Os seus sentimentos contrariava,
Até que uma só lágrima caiu no mar…
E a princesa das sereias
Nereida, despertou
E perfeccionista wellcome to the jungle
Lhe cantou.





1-5-2010




Rui Alexandre Sousa

quarta-feira, 28 de abril de 2010

TOCADO PELA RAZÃO

Sofia,
Podes namorar e dormir descansada.
Não temas mais o pobre papão.
Olha que tocado de leve pela razão
Foste chicoteada
Do seu coração.







Diego Tristan





26-4-2010

Esquizofrenia…para mim a (felizmente) inconstante dúvida sobre o que é real ou irreal…

Diz-me onde é que fica
Diz-me como se comportam as pessoas
Diz-me como se aparenta ser normal
Diz-me onde é
Diz-me
Salva-me de mim mesmo
Porque vou morrer
Sem me conhecer
Sem saber o que é real
Faz-me tocar no que é belo e real
Se não amas a loucura
Porque me pões mais louco?
Deixa-me aproximar…




24-4-2010







Rui Alexandre Sousa
Tu, que vives da venda
De produtos fatais…
Ela saiu direita da tua porta,
Mas desgraçada virá torta
Procurar por mais.





23-4-2010

ESTOU VIVO

Por causa de ti vou escrever
Estas filhas da pu…de palavras…
Por causa de ti
Guardei a crença
Que o amor é uma doença.
E apesar de ter perdido
A ingenuidade mental contigo,
Orgulho-me de não a ter
Perdido fisicamente contigo.

Por causa de me teres
Virado as costas
Estou vivo.
Por causa
De me teres feito o contrário
Estou vivo.
Por causa de ti,
A todas me entrego, excepto o coração.
Mas para tua insatisfação
Sem ti não sobrevivo,
Estou vivo.


23-4-2010




Alexandre Navarro
As mãos das mulheres ociosas
Sempre devem estar
Para lindas eu lhes tocar
E de mim se tornarem viciosas!!!



21-4-2010





Rui Sousa
E quero deixar aqui a minha antipatia por Paulo Coelho, apesar de vender aos milhares (mas como diz Cervantes maior é o número dos simples do que o dos discretos. E eu que padeço de uma psicose esquizo paranóide ainda que controlada só toco nos extremos, e sou aquele alcoólico que não tem saúde para se embebedar. E um novo amor sincero faz de mim o que não quero: Génio, idiota, rebelde.) é obvio que em grandes escritores lhes passou levemente pela cabeça aquilo que ele edita, mas tenho para mim que não o fizeram por ser demasiado básico. António Aleixo que era quase analfabeto consegue ser mais genial.



Rui Sousa

Maybe the other side of Pearl Jam (Alive)

VIVA

Filha…ela disse…
Eu tenho uma história para ti:

Quando fizeres dezoito anos
Tiras a carta e compro-te um carro.
Quando fores doutora ainda
Que não exerças dar-te-ei uma mesada.
E se com esse título te quiseres casar
Podes escolher um doutor ou engenheiro
E eu ou a família dele
Te compraremos uma casa.
E quando a linhagem
De tais raças se unirem no jugo
Do matrimónio,
Enquanto fores bela e mais tentadora
Que o demónio
Espicha bem esse rabo e esse cono
E sairá a tão transcendental cria
De tão nobres linhagens.
E não te preocupes em ser cota…
O dinheiro até pode retardar a natureza.

E embora ele os dissesse à toa
Cai aqui bem um rifão de Sancho Pança:
Cada ovelha com sua parelha.

Apesar de ser um poema de merda
Deu-me um certo gozo fazê-lo.

19-4-2010

Diego Tristan

terça-feira, 13 de abril de 2010

E agora já um pouco refeito
Meu Deus até te respeito
Por desperdiçarmos
A merda que tens feito.

E se entre outros Zeus
Empunhava o raio.
O teu jugo é bondoso Deus
E no entanto tortuoso caio…

E por ser inculto
Desejava que a morte não fosse o fim.
Ou que a memória permanecesse, enfim
E que a minha pobre sepultura fosse local de culto.
Mas a sombra de insignificante vulto
Nem tem forças para seguir os passos de Caim?!...
Caminhei 7 milhas sem sentir
Questionando a minha existência
E escrevi 7 poemas de decadência







9-4-2010



Melancolicamente:


Rui Sousa

APROXIMA-SE O FIM…

Foram 16 anos de excessos
Que raramente tento e não consigo imitar.
O álcool não me afectou
O fígado, mas sim o pâncreas.
O tabaco pouco depois de acordar
Faz-me tossir exacerbadamente
E tenho dificuldade em respirar.
E o álcool e o tabaco juntos
São uma combinação que me faz vomitar.
Apesar de saúde debilitado
E de dois males desconfiado
Não quero ser temporário monge
De hospital.
Quero morrer longe
E soltar o meu lado espiritual


9-4-2010



Rui Alexandre Sousa
Princesas da Pampilhosa:

Rosas escondidas.
Rosas garridas.
Estarei a morrer
Quando a mim vos render.
(Prefiro amar uma rosa escondida
Do que uma rosa garrida).






8-4-2010




Rui Sousa

PRINCESAS DA PAMPILHOSA

Compreendo que estes machos as enojem,
Mas para o mal ou para o bem
Vocês aqui são a flor mais vaidosa.

E vão com outros homens
Para longínquas cidades
Onde ao pé de essas mulheres
Vocês são vulgaridades.
E oforecem os mais porcos prazeres
Quando na vossa terra vocês seriam princesas.
E até falsas e astutas
Onde homens seriam vossas presas
Passam noutras terras por putas.



6-7-2010





Diego Tristan

NA PAMPILHOSA

Compreendo que na tasca
Se sirva cocktail de jeropiga com bagaço.
Que qualquer homem pareça um palhaço
E de um bêbado porco não escapa.

No café fumam-se charutos
Onde alguns atrofiam, alguns dão urros.
Alguns ficam espertos, alguns ficam burros.
Alguns ficam pacíficos, alguns ficam brutos.

365 DIAS DE SODOMA

O leitãozinho com o cu virado para a grande cidade
Em 365 dias de sodoma
Embaraça o próprio Marquês de Sade.

MALIGNA

Apesar de ser


O teu rosto não pode ser belo,
Porque as tuas feições são malignas.

Dei-te o meu amor singelo,
Mas preferiste brasões e insígnias.

E queres expulsar do castelo
Outras princesas indignas.








Rui Sousa
Com insónias levantou-se à meia noite…
Pegou numa garrafa de whisky.
Ligou o computador.
Esteve a apreciar Doors, Guns n’Roses, Pearl Jam
E bebendo whisky em silêncio
Para não acordar a sua amada mãe.
Saiu para a rua com meia
Garrafa de whisky na mão.
Caminhou quilómetros na escuridão
Até chegar de manhã à civilização.
Entrou no restaurante com fixação
Por açúcar…tinha o cabelo comprido,
Uma cara bonita e vestia saia escocesa.
Perguntavam:«Será homem será mulher?»
Um trolha machista xenófobo gozava
Até que lhe levantou a saia
E vendo-lhe o sexo
Engasgou-se
E retirou-se.
Tinha consigo algum dinheiro
Para chegar ao seu destino.
Mas não aceitava boleias
Depois de ter visto um filme
E os fracos psicopatas podem ser imitadores.
Seguindo sozinho
Talvez morrendo no caminho,
Espera encontrar algo de bom
Em Gijón.





5-4-2010






Diego Tristan

ESPERMA ÁCIDO

Depois de uma maratona sexual…
Oral,
Anal,
Vaginal,
Anal,
Vaginal,
Vim-me…
Custou, mas vim-me.
Custou tocar nessas pernas eriçadas
Que só uma vez no Verão devem ser depiladas.
E não me vim no teu buraco,
Adornado pareçia pela mata do Buçaco.
Virilhas eriçadas,
Pêlos emaranhados.
E assim sobre eles vim-me
E deixei-te só com o monte de Vénus,
Porque o esperma reprimido, mal utilizado,
Vindo de mim se torna ácido.





5-4-2010





Diego Tristan

terça-feira, 6 de abril de 2010

Quando fui
De água benta benzido
Chorei,chorei
Que me fartei
Feito um perdido
Que não é socorrido.

Quando carreguei
A cruz de rosmaninho
Parece que escorreguei
E fiquei a meio do caminho.

Dentro da igrejo imagens
Bíblicas sussurravam.
Demónios me massacravam.
Anjos me ensaguentavam.
E embora muito perto esteja
Não gosto de entrar na igreja.





28-3-2010






Rui Sousa

VAMPIRO DE TRÓIA DE SETÚBAL

Desesperada e perdida
Corre pela ilha
Até ao fim da milha
E entrega a tua vida
Aos meus encantos
Na taberna dos prantos…








28-3-2010






Rui Alexandre Sousa





Ispirado em Queen of the damned
Odeia-me uma vez.
Odeia-me outra vez.
Odeia-me ainda mais
Que sentirei outra vez
Aquele amor que nos fez
Improváveis mortais.







Rui Alexandre Sousa

PORCELANA

Quanto mais longe de mim me levares…
De frenéticas paixões alucinadas.
Se um dia nos teus candidos braços me adormeces…
Quanto mais de mim me livrares…
De mitos e venerações erradas,
Direi que só tu me conheces…

Nos meus sonhos mais profundos
Fui um mineral dos oceanos fecundos.
Minerais raros, vindos de um mar
Espumando ao te formar.

Na minha mente, o relevo natural
Que oe teu corpo não emana
Nem a uma mão profana.
No meu coração sou um mineral
Cristalino, esquecido na porcelana…





13-1-2007





Rui Sousa
Longe de viver.
Escuto novos verbos na chuva…
Beijo a minha futura viúva,
Estou sempre tão perto de morrer.

Tenho em mim tanto amor
Para dar num mundo de fingimento.
No escuro não existe só esta cor
Preta no garrido sofrimento.

Longe de viver.
Solitária a minha vivência,
Acompanhada de decadência.
Onde me vou esconder?

Estou sempre tão perto de morrer
Longe de ter a consciência
Da minha humanidade a desaparecer.
Não questiono a minha existência
Quando o sol se está a pôr.
Só questiono fustigada dormência
Pela alvorada do teu amor.





12-1-2007





Rui Sousa

DOÇURA AMARGOSA

Toda a tua doçura
Insensível me povoa,
Porque sei que é a tua postura
Com qualquer pessoa.

Não quero a posse
De possuir vontades escravas.
Talvez te merecesse
Se morrendo eu fosse
Com infinitas melosas palavras.
Mas não quero ouvir
Da tua boca doce
Respostas amargas.

Que méritos te conquistaram?...
A simples monotonia de uma vida segura
Devem prender e esconder a formosura?...
Que falhas ou faltas me mataram?...
A doce causa da minha amargura.




17-6-2008






Rui Alexandre Sousa

ÁLCOOL EVAPORADO

Farto de sentimentos vãos…
Farto do que em mim procuro.
Não me farto de um sentimento impuro,
Porque os cenários não estão nas minhas mãos.

Às vexes não consigo deixar de olhar para o chão
Quando pelo sol sou iluminado.
Às vezes na minha louca paixão,
Penso que estou a beber álcool evaporado.

Não compreendo porque me deixas humilhado.
Não compreendo humanos que se riem.
Talvez no meu caminho isolado,
Visse os colossos caírem.

Morro de ansiedade..
Morro estando embriagado,
Mas pensando que na verdade
Estou a beber álcool evaporado.





20-8-2006





Rui Alexandre Sousa

TU, QUE ESCREVES TU…

Tu, que nunca viveste um grande amor,
Desconheces que o amor pode ser feio.
Tu, que não sentes frio nem calor
Vagueias-te no medíocre meio.

Tu, que escreves sem sentir dor,
O teu estro é vulgar conhecido projecto.
Tu, que não te julgas superior
E no entanto julgas concreto?

Tu, que te julgas esperto,
Porque desconheces a demência…
Não saberás que a inteligência
É oculta de um gesto certo?

Em sátiras fáceis te afoga
Que parecem de ti versus.
E gostar de droga
É ler os teus concretos versos.




16-2-2008




Rui Sousa

OLHOS MORTOS

Olhar morto no curto horizonte,
Vendo sempre a mesma poesia feia.
Em Gijón vive uma sereia
Mais fecunda que a espuma do mar na sua fonte.

Sinto que em ti está o meu destino
Correndo feliz, ou esperando infeliz.
Imagino que me sorris
Como a mais bela melodia de um violino.

Só não te vejo quando tenho os olhos mortos
Reiventando aborrecida filosofia
Que mata e confusa parece sorrir…
E torturado quero partir dos portos
E chegar a ti, abraçando toda a tua magia
E amarmo-nos sem nunca mentir.
E de prazer, morrer e viver…sentir


Sem a minha poesia
Me voltar a agredir.



10-2-2007






Rui Alexandre Sousa

O CONVITE DA CHUVA

Via-se chuva caindo em quantidade
Pelos faróis dos automóveis,
Que passavam em grande velocidade,
Conduzidos por condutores ignóbeis.

Os meus gestos eram…imóveis.
Com o pensamento seguia-te
Em cada carro, em todo o lado.
O meu corpo molhado
Pela chuva ardia, e mais que tudo, queria-te…

Os humanos não têm importância.
Não temo invernais elementos da natureza.
Sonho na chuva com o calor da tua beleza,
Derretendo a minha inconstância…

Vem…minha Afrodite
De pele clara na noite escura,
Com contrações de rara formosura
E aceita da chuva o convite.




20-2-2007






Rui Sousa

O QUE SEI

Sei que a vida me está pesada.
Lutuosa trela de emancipação,
Soltando a minha humanidade apressada,
Sofrendo lentamente sofrido lento em vão.

Sei que em breve estarás casada
Com mais razão do que coração.
Estás de mim esquiva e arredada
E guardada em mim na solidão,
Soltarei assim tamanha paixão.

Sei que o meu mundo compõe-se
De invisibilidades e visíveis distrações.
Sei que o meu mundo destrói-se e impõe-se
Nas minhas estranhas reações.

Às vezes quero sorrir
E começo a chorar.
Às vezes estou a refectir,
Mas nunca a humanizar.




17-3-2007




Rui Sousa

MISTERIOSAMENTE SENSÍVEL

Um homem
Esquizofrénico
Frágil
Alcoólico
Por dentro gótico
Obssessivo
Perigoso



Caras damas:
Sou um homem
De especial bom gosto.
Do melhor que podem provar.
Beijar,
Chupar,
Trincar.






27-3-2010




Alexandre Navarro
Sou um lobo de amor faminto…
A minha fêmea mais que tudo amada
Está pelos humanos guardada
E vagueio tão esquelético de jantar sucinto
E sem saber partilhar absinto.

E vejo da humanidade a cega vaidade
Os estragos que fizeram no mundo
Um grande estrago que já não pode ser reparado.
E na minha puberdade
Já me imaginava isolado no fundo,
E já imagino um gato por um cão sodomizado.





25-3-2010




Rui Alexandre Sousa
As indiferentes diferentes
Vastas, vagas
Interpretações.
As impotentes
Partes gagas
De divagações.



A HORA DOS MORTOS


Numa hora indizível,
Uma mulher hipertensa
Procurando a juventude perdida
Está vulnerável e sensível,
Passando por um velho que pensa,
Fumando um cigarro de ponta enfurecida.

Vindos de diferentes vias,
Esta mulher e este homem
Que se consomem,
Cruzam-se todos os dias.



22-3-2007




Rui Sousa

ÂMAGO E SISTEMA

Pessoas automáticas
Esquecidas do coração
Falam de revolução
Com ilusões sistemáticas.

Parece haver vida lá fora
Onde se ouve acesa discussão
Por automóveis uma colisão
De onde me vou embora.

A politica parece o tema.
Engravatados libertam a guerra…
Dão nós cegos na espremida terra.
Eis, o sistema…

Sonho com lindas mulheres…
Tímidas ou desenvoltas?
Acabas por não distinguires.
Acanhado a sua timidez soltas…

Gostava de crer…feito um monge.
Ou ser um mago da cerâmica
Vencido pela sua criação satânica.
O âmago não está longe.




11-10-2007




Rui Sousa
Sofia,
Apesar de o meu estro
Te facultar
Nítida poesia.
Sinto que te não vai tocar.


Só os extremos te tocam.
Os extremos da inteligência
Ou o extremo da inteligente demência?...
Os meus inconscientes movimentos
Por ti se deslocam
No sol abrasador,na chuva ou furiosos ventos…


Mas gostaria de te escrever
Duas palavras de amor
Em estilo grunge:



SHAVE MÉÉ
RAPE MÉÉ





Rui Alexandre Sousa



24-3-2010

MULHER INCONSTANTE

Mulher inconstante.
Constante desgraça…
Até o teu cavaleiro andante
Perde a triste figura e não te acha graça.

Mulher fútil, mulher inconstante
Maneja perigosos dardos.
Faz chorar parvos, e evitas bardos
Que dizem que és elegante
Crivando-te o rabo de cardos.

Mulher, sinónimo de inconstância?
Não aceito esta verdade!
Com o decorrer da idade
Terás mais elegãncia e constância?...


Uma mulher inconstante
Merece desprezo constante.



Sou tão ingénuo





3-9-2007



Rui Sousa
«Os sons são inofensivos ou extremamente perturbadores devido mais á sua natureza do que à sua intensidade.»

Jane Austen

Persuarsão





Risos mudos perturbavam
O guardião de sensibilidade.
Afectos contritos se guardavam
Raros na sua imortalidade.

Da chuva, a densidade
Lágrimas sentidas abafava.
Do vento a ferocidade
Sons frenéticos não mostrava.

De uma mulher a sua filosofia
Todos os sons amordaçava.
E sentindo a sua hipocrisia
Um homem se matava…





30-8-2007





Rui Sousa

TRISTE ROTINA

Como era triste a minha rotina
Caminhando para tropeçar.
O estro deixou-se perecer
Pela fêmea maligna.
A ela não se pode comparar
A minha avó a sofrer
Com tão triste sina
Para ter paz só ao morrer.









3-11-2008








Rui Alexandre Almeida Sousa

O RIO DISSE-ME…

Oh, sereia, por favor, crê em mim.
O rio disse-me, a lua cheia espelhada
Marca o lugar onde és imaculada
Distanciada da razão por que vim.

Como tu, existe outra bela sim,
Linda noutra natureza invocada,
Onde a razão é serva desgraçada.
Ah! Bela sereia deixas-me assim

Com o rio cantando lamentações?
Sábio correndo, livre rio corre
Isento de tais preocupações

E deixa ficar à margem quem morre,
Irado volta em frias estações
E com uma cheia me socorre.






1997




Rui Sousa

VISCOSO (E) ESCONDE-TE

A lua cheia clareando
O teu corpo bronzeado.
Talvez o valioso metal iluminando
O teu coração desobrigado
Encontre um sentimento fervoroso.
Tu, eu…viscoso.

Novas cores descobertas na escuridão.
A realidade
Faz-me decorar o chão.
A liberdade
Solta do corpo um movimento chuvoso.
A escuridão, o som, o movimento…viscoso.

Às vezes o nervosismo
Passa para o outro lado.
Às vezes quando sou arrastado
Encontro liberdade no álcoolismo.
O dia alcoólico, o vómito…viscoso…

Às vezes gostava de ter asas
E passar rápido pelos telhados
Arrancando as telhas das casas,
Subir e passsar os astros ilimitados,
Perder um confronto cósmico com um estranho leproso,
Caír e decorar o chão…viscoso.



1998


Rui Sousa
Gatinha
Gata,
Mas nunca chames gatona
A uma quarentona,
Porque assim podes ser mal intrepretado
E levar uma gaifona.

Quando bem conservadas
Com cremes anti envelhecimento
Quando do casamento enjoadoas
Querem pelos mais novos serem fornicadas.
(Mas esta infedilidade aos homens igualmente se aplica).

Mas digo sem exagero
Que uma mulher de quarenta
É o melhor tempêro.
Mais vale uma vivida quarentona
Do que uma jovem marafona.




23-3-2010






Rui Alexandre Sousa
Flor na flor da vida
Entrega-me essa mesma vida
Aos meus encantos
Na taberna dos prantos.

UM AMOR SINCERO
FAZ DE MIM O QUE NÃO QUERO.

NAS ENTRANHAS

A ANGÚSTIA A MARTIRIZAR-ME
FAZ UM MÁRTIR DE MIM
ESTEJA ONDE NÃO ESTOU?
AQUELA MULHER A TORTURAR-ME
EM REENCARNAÇÕES SEM FIM
FAZ DE MIM O QUE NÃO SOU?

O SEU IRRESISTIVEL ODOR
FAZ-ME TEMER O MEU PRÓPRIO AMOR.
E RECUANDO COM TANTO CALOR
VIVO NA SOLIDÃO E NA DOR.




19-3-2010




Alexandre Navarro

terça-feira, 16 de março de 2010

PORQUÊ MORRER TANTAS VEZES NUMA SÓ VIDA QUANDO A VIDA É UMA CAUSA PERDIDA?

INDÍCIOS OBSCENOS


Cabrão com ascendente alcoviteiro,
Tu és um filho da puta.
Aproveitas-te da maneira mais astuta
Os meus gestos de infeliz conselheiro.

Estás parado num sentido adverso,
Movimentas-te com os meus gestos
E achas os meus defeitos modestos.
Porém fazes sempre o inverso.

Eu podia jurar
Que já havia engolido o teu cérebro
Quando pertinho dela te aninhavas
E não parecias comandar.

Tu nasceste de um filme pornográfico.
Merecias antes derivar de um casal homossexual
Nem que fosse por um efeito trágico
De uma relação anal.

Se és um rival para o efeito perigoso,
Atenta na minha mania mais depressiva:
Sonharei contigo mais idoso
Auxiliado por uma tendência excessiva.

E aquela menina com dois lados desiguais
Neste buraco não me enfeitiçará mais.
Sempre tivemos relações anuais,
Mas com o tédio poderão vir outras tais.

Como é possível uma mulher
Manter tão triste ideia,
Como pode a beleza querer
Ser tão feia?



11-1995



Rui Sousa
Enquanto Laura salerosa me pedia que não fizesse
Uma lobotomia
Pelo prazer com que chiava
Enquanto nas partes mais íntimas a mordesse
Pelo modo que só eu (sei) sabia.

Não se importou de eu ser alcoólico.
Da minha vulberabilidade ao sol.
Da minha psicose esquizo paranóide.
Comparou-me ao bipolar Axl Rose (nos seus tempos de glória) o meu ídolo de adolescência.
E no fim queria levar-me com ela.

E traduzindo ela disse-me:
Os teus olhos são muito belos, mas muitos tristes.
Os teus lábios são mui sensuais,
E tu és mui sexy.
Que havia
Eu de fazer
Senão o que fiz acima?
Porque é que uma mulher espanhola que se entrega parece só uma mulher emancipada?
E porque é que uma portuguesa emancipada
Parece uma puta mal disfarçada?

Melhor paixões ocasionais
E puramente venais
E um estreito cono!
Melhor do que princesas prisionais
E escravos presos ao trono.



14-3-2010


Rui Alexandre Sousa

A NOIVA DO VAMPIRO

O pêndulo do relógio bate meia noite
E parece-me que assim nunca deixou de ser.
A última badalada faz-me ter pressa de te ver,
Mas não sei se no mundo outra vez me afoite.

Oh noites de glória,
Uma década de história,
Uma vida de lembrança,
De ouro usurpador a vitória
Que levaram o meu amor,a esperança
Que tudo o resto varreu da memória.

Eu sei que tu estás casada
Desde que deixei de viver.
Eu sei que tu estás casada,
Sussurrrando os meus sentimentos a arder…


Tu és a minha noiva eterna.
Vem viver comigo para o meu retiro,
Do mundo espaçosa caverna.
Dos meus sentimentos tens uma paixão externa e interna.
Assim está escrito no mais antigo egípcio papiro:
Devolvam a noiva do vampiro.




…2-2006




Rui Sousa

A VOZ DA SILENCIOSA TESTEMUNHA

Os anjos viram o que se passou hoje no mundo…
A minha vida tem de mudar.
Eu fecho os olhos, começo a rezar,
O meu sentimento é profundo,
Começo a chorar.
Com os braços abertos
Nenhuma dúvida é mortal.
Com os braços libertos
Da hipocrisia universal.
Com a voz da silenciosa testemunha
Eu digo-te tudo…eu digo:-Amo-te.
Com a voz da silenciosa testemunha
Aos céus a tua beleza impunha…
No inferno canto-te.
Se eu tivesse mais do que vejo
Só teria um desejo
Onde o mundo não me supunha.
Pedia-te um beijo
Com a voz da silenciosa testemunha.


Para A.S.L.




…2.2006




Rui Sousa


Inspirado em «Creed»

NA EMINÊNCIA DE IR PARA A TROPA

Portugal, grande Portugal de outora
Que entre monstros e abismos navegaste,
Que trevas profundas iluminaste
Ambicionando a luzente aurora.

Portugal, grande Portugal de outrora
Feitos geniais imortalizaste,
Não temendo do vil mundo o contraste
Geral, que se receia agora.

Hoje, para o exército pobres empurras.
Alguns ricos, vazios de espírito
Que como manada recebem urras.

Do superior o poder crítico:
-Sirvam o país…eis mulheres burras,
Eis diversão…recebam o político…




1997







Rui Sousa
NO TEMPO DO IMPÉRIO ROMANO
AS RAÇAS QUE ORIGINARIAM
A PORTUGUESA DIRIAM
TODOS OS CAMINHOS VÃO DAR A CONA…



A FRAQUEZA DO AMOR



Em nome do amor e da maçâ
Civilizações param pra não encolher,
Paredes móveis não param de crescer.
Fêmea imóvel pareces a cortesã

Da desordem, da lúxuria a pura irmã
Solidão, deixa-me mostrar o teu saber.
Noite calada, diz-me que só posso ser
Como outro Drácula, temendo a manhã…






25-8-1997








Rui Sousa

JOVEM MULHER

Aquela jovem mulher
Sendo tão anjelical
Está-me a matar.
E penso que ela quer
Para mim um destino fatal
Ou platónicamente a amando.

Eu não sei se ela lê
A minha poesia
Com os seus olhos divinais.
Eu não sei se ela vê
A minha agonia
E assim me faz sinais?!...

Mas ainda que pobre tenho orgulho
E de novo conheçi o inferno do ciúme.
Amante tem que nem se faz ditoso
De possuir a minha divinal paixão
Espetando sem saber no meu peito dextro gume.





13-3-2010





Rui Alexndre Sousa

SÓ PELO TEU LINDO SORRISO

Só por ver os teus brancos lindos dentes
Os teus sorrisos que nem são para mim…
Só por não desejar os teus carinhos sempre ausentes
Apresentei-me ao inferno pelo fim
Que queria um pouco retardado
Fiquei da minha alma abandonado.


SÓ PELO TEU LINDO SORRISO


De sangue envinhado,
De luz assustado,
De solidão mendigado,
De sorriso macabro,
Endividada alma ao Diabo.




11-3-2010







Alexandre Navarro

NUM FUTURO PRÓXIMO

Não consigo alcançar
Aquele refúgio seguro
Abandonado por marginais
E já não aguento mais.
Rejeito a sepultura que me quer sujeitar
Brasões pérfidos brilhando no escuro.
A morte faria sinais?...



O poste de electricidade vandalizado
Ilumina o asfalto esburacado,
Onde a chuva pinga melancoliacamente,
Criando um espelho mágico que, mansamente,
Envelhece o futuro, renova o passado
Que me persegue impiedosamente.
Condensando um refúgio feminil
Habitado por um velho senil.
Alcanço uma morte lenta e deformada
Por um presente tóxico,
Libertando deuses reclusos,
Crianças retocando desenhos obtusos
Num futuro próximo…




1996





Rui Sousa

OS LUSÍADAS (A DESCENDÊNCIA)

As cervejas e os beirões acumulados
Que da tradicional cirrose lusitana,
Por figados nunca de antes navegados
Passaram ainda além de trabuzana
Em rostos e copos quebrados
Mais do que prometia a estupidez humana,
E entre gente bêbada edificaram
Velho figado que tanto maltrataram.

E também as memórias desgostosas
Daqueles bêbados que foram dilatando
O estômago, os bolsos, as bebadeiras viciosas
Dos bares de Portugal que andaram devastando.
E aqueles que por bebadeiras valorosas
Se vão do fio da vida libertando,
Vomitando, espalharão por toda a parte,
Se a tanto lhes ajudar o dinheiro, e tal arte.

Reclinai por um pouco a brutalidade
Que nesse brusco gesto vos contemplo.
Que já se mostra qual na inteira criminalidade,
Quando bebendo ireis ao desejado templo
Onde mora a fatal necessidade,
A greta, seguireis o paternal exemplo
De bebadeiras e punhos poderosos
Em hospitais, clientes numerosos.






1997





Rui Sousa
A vela quando acesa não fica em vão
Deixou a beleza posta em seu carvão




Como que sugere a tinta
Para quem pinta
Como que sugere a fala
Para quem cala
Como que sugere a fome
Para quem come
Como que sugere a cama
Para quem ama
Para quem ama…

E se não me atinge como uma espada
Peço não me condene ó minha amada


Porque estas palavras foram pra ti amada
Porque estas palavras foram pra ti amada





O poema que eu sempre quis ser o autor, mas não sou, porque é o poema de uma telenovela brasileira «Renascer».





Rui Sousa
Não tentem entender,
Porque já nada tenho a dizer.

Fui submerso pela sociedade
E existo na obscuridade.

Quero ser só eu e a lua.
Vou pela última vez
Sair para a rua.
Mostra-te como não és!

Rugi, salivai,
Pontapeai, apunhalai
Que não soltarei um ai.

Parai o sofrimento do meu coração
E ponderai se alguém tem razão.





7-3-2008





Rui Sousa

NÃO SEREI MENDIGO DE AMOR

Digo que és bela com a imprudência
Com que bebo a tua venenosa indiferença.
Digo que a tua extremada inteligência
Me faz desaguar dos extremos com extrema doença.

Gosto do amor,
Porque ele é irracional.
Quero roubar uma carne flor
E amá-la longe do covil menstrual.

Acredito no apocalipse transcendental.
Deusas vão ser escravizadas,
Luas por mim não vão ser poupadas
Para o teu merecido eclipse vaginal.

Mas,
Até os bichos da terra
Não se conseguem conter
De formar acres…vidas…
E quando acabar a minha guerra
O meu cadáver vão comer,
Pobres suicidas.


É interessante que uma toalha
Que deixei de qualquer maneira
Em cima da janela do meu quarto
Que devia ser só isto,
Tenha ganho um estranho rosto desperto.



2-3-2008



Rui Sousa

PORQUE É QUE EU EXISTO?

Cheguei aos 32.
Entre drogas, loucuras
E uma década de obsessão
Por uma só mulher.
O que é que agora procuras?
Uma nova obsessão?
Tem vergonha de o ser e de o viver.

Pareciam ter nos olhos loucuras
Algumas mulheres
Com quem afinal sempre tive algum prazer
E que no corpo húmido pareciam arder.
Sempre quiseste para elas os maiores prazeres.
Aos 32 anos Bocage foi preso.
Pelo mesmo que eu persisto
Na mente a razão que se acostume,
Porque no coração insisto
Arder com azedume
Que me atormenta.
O mesmo inferno do ciúme.
Porque é que eu existo?
Chegarei aos quarenta?





9-3-2010



Rui Alexandre Sousa


Cheguei aos 32
Ainda és tão novo, dizem os quarentões

AFRODISIACO

Sozinho? Com a mente e o coração…
Um pincel de contradições…
Zangada aceitarás na escuridão
As mais vivas cores das emoções?...
Nunca aceites a imposição
Atenuada de fáceis ilusões.

Crê naquilo que sentes,
Respirando de outros amores doentes.
Impõe-se ardor na paixão…
Sou aquilo que tu não sentes.
Tenho no peito um escondido clarão…
Insinua-te claramente e seremos diferentes
Num mundo de hipócritas mortais.
Aves voando longe da terra com asas iguais…




21-1-2007






Rui Sousa

MULHER PRÁTICA

Os olhos dela
Mentem mais que as minhas palavras.
Quando olhei para ela
Vi as minhas vontades tornarem-se escravas.

Quando te casaste
Percebi que o teu cono era um mealheiro.
Não morri quando me deixaste…
Só condeno o romantismo do dinheiro.







1-8-2006








Rui Sousa

O MISERÁVEL

Sou um homem.(Um ser miserável)
Gosto de uma mulher que se ausenta
E nos meus sonhos se apresenta,
Com uma cândidez inalterável.

Sinto-me tão doente…
Uma fraqueza insolente.
Tomo medicação de forma ausente…
No entanto morreria contente,
Se perto de ti me mantivesses presente.

Adoro o teu génio tolerante,
A tua sóbria simpatia,
O teu olhar que emana magia
Constante no mundo inconstante.

Amo o que os outros não amam.
O vento sinistro, a chuva fria,
Entre luzes sombrias, a minha poesia.
Mas amo-te a ti, e todos te amam…






20,21-12-2006





Rui Sousa



O meu amor é sincero.
Estou preso num seco rio
E não sei o que espero.
Tenho calor e frio.
Frenético aos extremos…doentio…
E por dentro desespero.

E se o meu amor trocasse
Pela primeira fácil montada
Que assim se franqueasse
E de todos os ângulos a penetrasse
E finalmente domada
Novamente a flanqueasse
E brutalmente conquistada,
Assim ela me amasse
Como te sentirias
Minha amada?...






21-2-2008






Rui Sousa

PRINCESA SEXUAL

Ela é a princesa
Das princesas de Portugal.
Amantes desmaiam de fraqueza
No seu apetite sexual.

Quando ela está molhada
Agrada-lhe ser submissa.
Na igreja desnudada.
Sexo nos arredores da missa
De um amante seu
Que por ser mais um faleceu.

Agora que ela está enjoada
Pensa em se casar
De véu e grinalda.
Princesa virginal no altar
Sonhando em ser raptada
Por um amante obssessivo,
Com um gesto lascivo
Pelo cura é amada.
Mesmo com uma dilatação vaginal
Serás sempre princesa sexual.




19-11-2008





Rui Sousa

ORQUÍDEA, MARGARIDA E ROSA

Com mais graça que as demais
Serenamente te levantais
Despertada pelos meus ais?...

Sinto-me envenenado
No púlpito do coração.
De modas desenraizado,
A tradição sempre foi corrupção.

Do coração teologias
Escurecem os meus amores.
Por cândidas musas te movias
E te entristecem agora as mais belas cores.

Aquela orquidea, margarida e rosa
Escondia-se de descarados olhares.
Cândidez dos meus pesares,
Mais formosa que a flor mais vistosa.



13-1-2008






Rui Sousa

O SOL BRILHAVA

O sol brilhava nas densas florestas,
As nuvens brancas reflectiam no rio,
Onde as crianças brincavam sem desafio,
O vento brandia as flores irriquietas.

Súbito as cores ficam obsoletas,
As nuvens carregam com sangue frio.
No imponente cemitério sombrio
Reanimam-se as mais pérfidas bestas.

O canário pia agouro desconhecido…
Nasceu a ingrata a bela das vagabundas
Que eu amei, solto o derradeiro gemido:

-Ah…se eu pudesse nas noites profundas
Gozar-te de coração esquecido,
Humilhar-te com as minhas mãos imundas.




1996




Rui Sousa

A PRINCESA E O MONSTRO (Agreste mimosa)

Ela era uma princesa,
Rainha sociável
Amada pelos anjos, amém.
Ele era um monstro, culpando a beleza
A sociedade intragável
E escrevendo cartas, palavras de sémen.

Ela era mimosa
E ele era um cacto
Cheio de alcoól.
Ela era inteligente e esplendorosa
E ele era um mentecapto
Atrofiado pelo sol.

Ela dançava na cidade
E ele fugia da claridade.
Na cidade tudo começa
E não há nada que impeça
Que se possa acabar num deserto.
Ele estava por perto
E ela corou
Mais bela cor
Que uma tentadora rosa
E o mundo rebentou
Soltando a dor
Da agreste mimosa.



6-3-2010


Abel Agreste

quarta-feira, 3 de março de 2010

AVÓ CESALTINA

Não havia nada que ela não visse.
Nada que ela não sentisse.
E na fraqueza da velhice
Era ela a mais forte
Mantendo a estabilidade.
Por vezes refugiamo-nos na imortalidade,
Com receio de enfrentar a saudade.
Dorme agora serena,
Nesta Pampilhosa que acordou mais pequena.



Os seus netos:


Miguel Almeida
Rui Sousa
Sónia Almeida
Nuno Sousa
Pedro Almeida
Nuno Almeida



Rui Alexandre Sousa






















Não vou abrir a porta nunca mais.
(Como se eu a conseguisse encontrar)








10-1-2009

INADAPTADO

No mundo, onde tento passar discreto,
Vejo as pessoas a aproximarem-se,
Multidões a distanciarem-se
Por algo de inconcreto…

No mundo, onde a tua vida
Me envolve na morte
Sou muito novo para ter partido o coração
Em pedaços…colando a ferida
Que te devolve o corte
Naquele que é velho demais para temer o papão.

Insatisfeito e solitário procuro o lugar
Onde sei que não me vais encontrar,
Onde sei a entrada e desconheço a saída.
Sei que és bela e não estás adormecida,
Porque as trevas se reflectem no teu olhar.





22-12-2004







Rui Sousa

ALCOÓLICO AIROSO

Ele é um aborto diabólico.
No amor contrasta masoquista.
Remeloso na vista
E constantemente alcoólico.

Quando o corpo cpmeça a ceder
Isola-se e esconde-se do sol.
No escuro contorce-se a sofrer
Faltando-lhe o companheiro álcool.

Meia garrafa de whisky sozinho
Em casa acabou de beber.
A inibição aos poucos vai desaparecer…
Sai para a rua e perde-se no caminho…

Todos os cafés vai correr…
Com todos os grupos vai falar…
Embalado de decadência continua a beber,
E no café mais elegante vai vomitar…

Fica mal falado e tresanda mal cheiroso.
Todas as mulheres quer amar
Que no fundo acabam por lhe perdoar
Por serem fonte do ciclo vicioso.

Expulso do café vomitado
Parece um mendigo piolhoso.
Cai por fim desmaiado
E acorda de noite airoso.


25-5-2007



Rui Alexandre Sousa

PREFERIA NÃO SABER

Os humanos esqueceram-me,
E as trevas acolheram-me
Com todo o seu sombrio poder…
Vi nocturnas legiões revoltadas,
Que me pareciam amordaçadas e babadas.
Vi nos seus olhos algo do meu ser.
E eu preferia não saber,
Preferia não saber…





2004






Rui Sousa

UM SORRISO

Entre a podridão nocturna
Sem um canto, um abrigo.
Salvo por um sorriso amigo
Vindo dos confins de Saturno.

Eu costumava ser um rapaz
Sem ajuda nas minhas escolhas.
O que eu escolho é a poesia capaz
De prender numa só flor todas as folhas.

Não há mais nada que eu possa fazer.
Ela deixou-me ir embora.
E a minha estupidez ignora
Que longe dela ainda mais vou arder.

Todas as ilusões
Me apodrecem a mente.
Tantas paixões
Que chegam de repente.
Quantos corações
Não quero pecaminar na minha serpente?...






27-1-2009





Rui Alexandre Sousa

O INFERNO DO CIÚME

I

Esse abismo, esse Orco eterno
Não é filho da razão;
Os pavores da ilusão
É que pariram o inferno:
Pelo siso me governo,
Que louco e falso a presume;
Mas, se não creio esse lume,
Nem esse invento maldito
Por experiência acredito
O inferno do ciúme.

II

Em vão pregador rançoso
Lá do púlpito vozeia,
Quando a triste imagem feia
Traça do inferno horroroso:
É sistema fabuloso,
Que à razão embota o gume;
Não, não há tartáreo lume,
Que devore a humanidade:
Sabeis vós o que é verdade?
O inferno do ciúme.




Para mim um dos melhores poemas de Bocage.
Sendo para mim Bocage um dos melhores do mundo.

Julgo por ter lido que até Antero de Quental nalguns sonetos se inspirou em sonetos Bocagianos.

SONETO

Na barca velha do rio Flagetonte,
Seguindo o caminho do caos sem fundo,
O acto não contido, meu sonho profundo
Consistia em Valquírias, vejo Caronte.

Coluna arqueada em decrépita fronte
Cansada de remar o sombrio mundo.
E assim calado nos remos fecundo
Condecorou-me o trágico horizonte

Que não começou, mas vi terminar,
Quando ouço um grunhido rouco e mordaz,
Dificultando as Parcas de ajuizar.

Amedrontado, volto para trás…
Caronte partiu para logo voltar,
Porque vou pedir tua alma a Satanás.





1996





Rui Sousa

VAGAMENTE

Afrodite morena de certeza
Em dois seres me reparte.
Um Aquiles de lúgubre natureza
Dissuadido por Nestor na sua arte.

Um fantasma me divago
Nas trevas, chuva fria que me não dissuade.
Um olhar nunca vago
Está a arder na minha privacidade.

Não consegui fazer o pedido
Que o meu corpo estava a pedir.
E não conseguiste partir
Do meu coração partido.





16-6-2008









Rui Alexandre Sousa

NO COMBOIO NOCTURNO

No comboio nocturno,
Vi os teus movimentos sensuais
Como o primeiro clarão diurno…
Beijamos ardores iguais,
Ignorando olhares mortais.

A tua pele branca e nua,
Deixando-se ser descoberta
Pelo primeiro homem na lua.
Primeiro vi-te incerta.
( Segredos que só Venus insinua)
Depois senti-te concreta.

Viste-me obscuro e deste-me
O teu olhar diurno.
Prende-me com o teu longo cabelo
E com os teus olhos despe-me
De mim e do mundo no comboio nocturno.





14-2-2007







Rui Sousa
Que memórias
Ou premonições de sonhos
Se levam para a morte
E depois da fatal sorte
Se cumprem medonhos?





27-2-2010







Rui Alexandre Sousa

SENTE

É triste saber que uma garrafa
De Whisky Jack Daniels tem de chegar pra três saídas.

Sente
Que é indiferente saber que todos os heróis
De Jesus Cristo nasceram perdedores.

Sente
Que é triste olhar para o papel
E não haver nada de diferente para escrever ou ler.

Sente
Que o filho da puta do velhote
Está sempre a ensinar-te coisas novas.

E sente que é mais triste não ter a merda do dinheiro
Para comprar uma garrafa de Jack Daniels.






9-2-2010








Alexandre Navarro
Não vou abrir a porta nunca mais.
Apesar
Ou pesar de estar uma carnívora rosa
Lasciva e voluptuosa
A empurrar…



Nunca mais irei a uma festa,
Porque na porta numa fresta
Está a nascer uma flor
Agreste linda e desconhecida
Que me pede para a amar.
E apesar de agreste é para mim mimosa
E impede a carnívora rosa
De entrar.




14-2-2010







Rui Sousa

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

XXIX

Cagando estava a dama mais formosa,
E nunca se viu cu de tanta alvura;
Mas ver cagar, contudo a forosura,
Mete nojo à vontade mais gulosa!

Ela a massa expulsou fedentinosa
Com algum custo, porque estava dura:
Uma carta d’amores de alimpadura
Serviu àquela parte mal cheirosa:

Ora mandem à moça mais bonita
Um escrito d’amor que lisonjeiro
Afectos move, corações incita:

Para o ir ver servir de reposteiro
À porta, onde o fedor, e a trampa habita,
Do sombrio palácio do alcatreiro!





POESIAS
ERÓTICAS,
BURLESCAS
E SATÍRICAS



Manuel Maria Barbosa du Bocage

EPÍLOGO

Nunca mais te vou procurar.
Nunca mais te vou incomodar
Com a futilidade do amor.
Nunca mais verei a cor
Arrogante e invisível no ar
Que me está a afundar.

Ela insinua o que quer
E todos se dispõem a interpretar.
Ela tem na mente o poder
De nunca se rebaixar a amar.

Nunca mais a corrente do rio
Que corre racional para o mar.
Só da minha voz o calor frio
Que me está a afogar…





2-4-2007






Rui Sousa
Fedorento gato
Ignora a carcaça de um rato.
Por ti, citadina gata,
Vagueio na sombria mata.

Inconscientemente decorei
Nocturnos atalhos.
Soluços como retalhos
Com o silêncio desabafei.
E aos morcegos suguei
O hábito, e aos corvos os ralhos.

Não sei o que me espera
O civilizado dia.
Sei que o que me desespera
É simplesmente a tua magia.





13-2-2008





Alexandre Navarro

SOBREVIVO

Caminhando na bruma
Ouço um corvo:-Cr…f..ffo…foda-se, já?
E caminhando:-Olá!
Pisei uma rosa em espuma.

É talvez um presságio
Da revolta da escravidão
Do torturado coração,
Do mental naufrágio.

Vapores de Inverno
Retardam a alvorada.
Odores do Inferno
Na mente assombrada.

Para tanto encanto
Tenho de ser esquivo.
Para teu espanto,
Sobrevivo.





21-1-2008





Alexandre Navarro e Carvalho Tristão

BONITA, SÓ AMARRADA

Oh querida, querida arredia
De sentidos humanizada.
Deixa-me a fronte fria
Da tua afeição improvisada.

Bonita, só amarrada
E podes excitá-la.
E podes abandoná-la
Com a fronte ejaculada.

Oh querida, tão amarrada
E continuas arredia,
Com a fronte sombria
E com a pele molhada.

Deixa-me morder-te o sexo
Embaciando o espelho.
Brancura de reflexo
Onde escorre vermelho?

Bonita, só amarrada
Serás mais bem amada.
Fecundada e ejaculada
Na fronte mal humorada.




30-4-2007




Rui Sousa
Achas que fiz mal
Em te criticar?
Porque me estás a olhar
Com essa cara menstrual?
Os polícias são como os bandidos,
Só atacam em grupo.
E quando estão bêbados.





18-7-2008







Rui Sousa

A ARTE COMO MAJESTADE

Um sentimento em dois partes
Procurando a poesia perfeita.
Quando uma arte é bem feita
Pode englobar todas as artes.






23-10-2008







Rui Alexandre Sousa

EXISTIA UM CAMINHO

Não vou abrir a porta
Nunca mais.
O meu espírito se conforta
Com melancolias não ocasionais.
O meu desejo comporta
Desejos animais.

Houve um tempo
Em que voltei a sonhar.
Ouve por um momento
O vento a petrificar.

Existia um caminho
Por onde não precisava
De me apressar.
Agora estou sozinho,
E a porta quero trancar.




13-12-2008




Rui Alexandre Sousa

MAIS FATAL…

TU TENS SIDO TANTO
E NÃO QUERIA SER TÃO POUCO.
E DE DOR SEM PRANTO
DEIXASTE-ME LOUCO…

Tu pensas que me podes seduzir
E abandonares-me a morrer?...
Tu pensas que podes sorrir
E apaziguar o meu sofrer?...

Oh, querida, não sejas tão arredia.
Afrodite de coração egoísta
Não maltrates um masoquista
Que nas íris dos teus olhos de magia
Sou um crédulo devoto sacrista.

Por tudo isto trata-me mal.
Cospe-me e bate-me…
Com as tuas lindas mãos abate-me
Que o desprezo é mais fatal.




5-3-2008




Rui Sousa
Montado em Rocinante Dom Quixote meditava
Parado na via esquerda da Ponte Vinte Cinco de Abril.
Com ar soberbo na sua lança empunhava
Um carro que vinha bufando na outra via…
(Nigromante descarado e febril)
E vendo dois monstruosos camiões
Capacitou-se de nunca ter tido alucinações.





Isto é um desafio a um pintor…




Rui Sousa
Tens tamanha armadura mental
E um coração tão maquinal.


Por ti, sozinho na noite errava
Por mais tristeza que em mim encerrava.
Quando a chuva desvendava
O meu corpo que tresandava.

Para quê sincero sacrifício,
Se vejo em ti falsidade e artifício?



«Divina te julguei»pela beleza,
«Humana vejo que és pela fraqueza».




Imitado de Bocage



30-4-2008

SENTIDO…

Um filho não desejado
Durante três décadas
Por ele não desejadas
Torna-se um homem amaldiçoado?

Alcoólico?
Melancólico,
Não serás misericordioso
Por uma entidade divina?
Paranóico,
Não serás mais vaidoso
Que uma podre vagina?

Estou tão perdido
Para tão pouco que entranho?
E sentindo-me tão estranho
Tudo isto fará sentido,
Não sentido?






26-5-2008




Rui Sousa

ESPERTOS

Vocês são tão espertos
Que desconhecem a demência.
Não sabem que a inteligência
É oculta dos gestos certos?

Vocês que regem países
Temam o povo roto e nu.
Vocês de rostos felizes
Não sabem que têm cara de cu?

Robots que falam de pedagogia
Têm curtos circuitos de hipocrisia.
Pedantes que espumam da boca porcaria,
Temam a poesia.

Vocês que são tão vulgares
Querem ser imortalizados.
Vocês que são tão vaidosos
São hermafroditas procriados?





13-12-2007






Rui Sousa

ESTRANHOS CONHECIDOS

Um ambiente de amor
Pode trazer más lembranças.
Devo esquecer a dor
E crer em novas esperanças.

Um anjo delicado
Vivendo com o ser errado.
Talvez fosse abençoado
O nosso passional pecado.

Nas trevas da noite sonhar…
Desabafar com criaturas estranhas
O amor que me ferve as entranhas
E sozinho rir e chorar.







13-6-2008






Rui Sousa

ANEURISMA SOFIA

O meu corpo está a morrer,
Mas a minha mente continua a correr…

A lua cheia rodeada por nuvens carregadas
De contrastes, resplandecia…
As estrelas brilhantes apagadas
Por um sopro da tua magia…

Numa noite de paixão
Cedo me invadiu o dia.
Viola-me o coração,
Aneurisma Sofia.

Vem clarear
Vinhos turvos.
Vem turvar
Homens curvos.

O vento reina na noite
Gélida, e o meu coração ousadia
De condensar o mundo num só açoite,
Tal a beleza que me inebria.






1-4-2006






Rui Alexandre Sousa
SOFIA NA MINHA MENTE, PORQUE HÁ UMA DÉCADA A VI AINDA ADOLESCENTE E JÁ TÃO LINDA, TÃO MULHER E COM UMA PERSONALIDADE TÃO FORTE, O MEU CORAÇÃO AOS POUCOS FOI SOFRENDO UM NOVO AMOR ATÉ QUE DEIXOU DE ME PERTENCER.



Frenético e suado deixou-me o teu olhar…
Um anjo dos céus na terra que me faz mendigar
Alegremente um esquivo sorriso,
Fazendo-me andar no mundo indeciso…

Um peito esbelto que esconde um coração
Imóvel que as minhas pulsações acelera.
Uma ninfa de pele prateada que brilha na minha escuridão.
Um aroma de mulher que me faz pensar:De que passado
Século,de que florido palácio criada fugitiva para mim viera?...
De que universo, em que era
Descera para me fazer sentir amado?...





17-3-2006





Rui Alexandre Sousa

PELOS OLHOS DO CORVO

A noite vai alta no pinhal
Onde caminho silencioso.
Estou dos meus sentimentos receoso.
Vou estravasar o meu mal…

Vejo poucas estrelas, não encontro a lua.
No escuro, piso estranhos concretos.
Sufocam-me risos como novos dialectos.
Por um momento claridade insinua
A frieza de uns olhos pretos…
Gostava de te aqui ter nua.

Novamente os olhos pretos…
Com voz rouca e tremida pergunto:Quem mais aqui está?
Sons estridentes sabem dos meus afectos:
Crá, olá, Rui…Olá…
Amor, só mesmo a morte te dará!

Pela humanidade malquisto
No mundo resisto.
Pelos olhos do corvo fui visto.





2-8-2006





Rui Sousa

MINHA QUERIDA AVÓ

Trinta e um anos de convivência
Não esquecem nem à fria inteligência.
Esta vida está tão estranha, e eu mais só.
Tu eras amparo na minha decadência.

Quisera ter a arte e eloquência
Ao escrever na dor da tua ausência.
Parece que no teu quarto ainda te sinto,
De relance parece que ainda te vejo
Sentindo no corpo tanta ansiedade.
Olhando para o céu estou faminto
De te dar na testa muito mais que um beijo
Com que mitigue esta dor e eterna saudade…





Rui Alexandre Almeida Sousa






15-1-2009

Há um século atrás isto não seria uma DESILUSÃO

O meio dia
Estoirava num sussurro…
A meia noite
Num relâmpago obscuro.
Separados se calavam
Até que se juntaram
E gritaram
Que alguém amas criança.
Quem beneficia dessa aliança?
Para que queres um marido?
Porque é que fazes de um estúpido
Ainda mais estúpido?
Queres ser uma parideira?
Tu conheces as grutas da Fujaca?
De meio metro um cono de saca.
Queres fazer grossa asneira.
O amor não atura uma década
Os tempos modernos.
Se eu sou alcoólico?
Nesta era defecada
De confusões e sentimentos internos
Não careço de vendido astronómico.
Tu amas-me badalhoca disfarçada?
Seduziste-me e sugaste
Os meus sentimentos?
Alimentas-te de paixões
E comes às refeições ementas de corações?

Alguém me chamou:
«Levanta-te vadio.
Veste o agasalho
Do hipócrita mundo.
Abunda do vazio
E escuta o ralho
Do coração profundo…»

This is the end
Beautiful friend
This is the end
My only friend
The end

11-1-2010

Rui Sousa

POEMA DE SANGUE

Porque não queres sofrer
O meu sangue no teu?
A tua preciosa jóia.

Agora tenho de combater.
Diante os meus olhos Gabriel apareceu…
Aqui será Tróia.

Mas Gabriel só mostra desprezo
Das trevas o dom.
E num celestial terrível tom
Diz que não me quer morto ou preso
Que o sol está a nascer
E seria bom
Encontrar outro sítio pra me esconder.

Como sonho
Com aquela mulher
De pele nocturna no dia.
Quão será medonho
Se a sua pele branca morder
E vermelho escorrer entre gritos de agonia…





24-1-2010





Alexandre Navarro

FÉNIX RENASCIDA DAS CINZAS DO TABACO?...

Embora aqui caíssem bombas
Nem um passo arredaria deste lugar,
Porque os teus seios são duas pombas
Que eu quero libertar.

(paz na terra)

Mas tu amas friamente…

(guerra na minha mente)

Amar escondido na serra
Num penhasco resvaladiço
Sem temor ou enguiço.

Por isso:



A Fénix esganei
E fumei.
E num maço de tabaco
A transformei.




24-1-2010





Rui Alexandre Sousa

DENEGRI(-ME)

Amado e acompanhado pela solidão
Para o mundo saí
Embriagado por ti,
E só arranjei confusão.
Hipócritas te foderam.
Drogados ficaram
Viciados em ti.
Doutores te perderam,
Olhos frios derramaram
Lágrimas que quase senti.
Arranjaste um novo amor
E mataste todos os antigos amores.
Emancipaste ainda mais a dor
De drogados e doutores.
Todo este tempo estive
Amado e acompanhado pela escuridão
Como um bruto doido varrido.
Afinal do sol a matinal iluminação
Tenuamente se sobrevive,
Porque pouco se é concorrido.
E ao passado louco que vivi
Até a minha carismática e perfeita avó denegri.
E era eu que devia ter morrido.




21-1-2010


Rui Almeida Sousa

E culpado e revoltado escrevo uma quadra de António Aleixo:

Uma mosca sem valor
Poisa com a mesma alegria
Na careca de um doutor
Como em qualquer porcaria

ROTINA

ALVORADA, COMO É LINDA…
E A MINHA TRISTEZA NÃO FINDA…
PESSOAS, CAFÉ, MEIO DIA
APOLO NÃO ME INSPIRA POESIA.

Foi-se o sol
Álcool
Meia noite
Bateu à pouco
Rápido como um açoite
Quero falar e sinto-me rouco
Porém, arraçado de louco

ALVORADA, COMO É LINDA…
E A MINHA TRISTEZA COM A NOITE NÃO FINDA…
PESSOAS, CAFÉ, MEIO DIA
APOLO NÃO ME ISNPIRA POESIA

Foi-se o sol
Álcool
Meia noite
Bateu à pouco
Rápido como um açoite
Quero falar e sinto-me rouco
Porém, arraçado de louco, etc…



Alexandre Navarro






5-1-2010
Mulheres que muito amam
E por isso são casadas.
Mas gostam de por outros serem desejadas.
E dos seus olhos infiéis fervem paixões que a tudo enganam.

Não sabe a diferença
Que vai de uma doutora
Para um autodidacta?
Ou quer se divertir sendo a minha doença?

Nunca leu jornais?
Não é só nas famílias humildes
Que ocorrem os crimes passionais…







4-1-2010






Rui Sousa
As seguintes palavras
São um desperdício de talento

O NECRÓFAGO PAPAGAIO


Este papagaio
Já sabe muito do mundo.
E o que repete é colhido com riso imundo
Que eu não aturo, nem caio. Merecias vaias

É necrófago, porque colhe
Adeptos pouco inteligentes
Que nas suas «bicadas» dementes
Patéticos se riem (e os que não) ele os escolhe
Para as mais infames provocações.
Quem me dará de aço um escudo
Para me defender deste pencudo
E não o deixar soltar as frustrações?

Tal personalidade e figura
Um gozo se me afigura.
Mas cospe na pintura
E vomita em cima da literatura.


UM GOZO ÉS CERTAMENTE…
E QUERES METER PENCA EM CU DE GENTE…

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

UUUUUuuuuuuuuuuuuuuuuu
No silêncio da noite
Questionado como um açoite:
O que dizes?Quem és tu?...

«Eu sou aquela estrada
Que nas trevas procuravas.
E como muitas palavras
Por vezes não dizem nada»…








Rui Alexandre Sousa

SONETO

Nasce a manhã fria frisada ao vento.
A floresta negra encobre outro dia.
Noite feia perdes melancolia.
Árvores gotejam consentimento.

Triste natureza humano momento.
Como formigas, combatem na via,
E enquanto aqueço morna poesia,
Não arrefeço saudoso tormento.

Chuva densa a meus olhos não tão forte
Quando frágil flor és mais fatal,
Quando meiga voz seduzes a corte.

Revoltas o tempo, a tudo mortal.
Quem te alcança é pescador ao desnorte,
Sereia…de quimeras natural.






1996






Rui Sousa

A INCONQUISTADA

Ela vive em Gijón,
A inconquistada…
Com dó, a sua voz conhece o tom
Que junta numa só a minha cabeça fragmentada…
Os seus olhos têm o mais elavado dom
Seduzindo a pobreza honrada…
O seu cabelo negro esconde pele imaculada.
Recordo-me como foi bom
Morder a tua pele por Diana invejada.

Ela vive em Gijón,
A inconquistada…
Do norte vem com o vento o som
Que amo e escuto na madrugada…
Ela por momentos amou…
Como uma lince fêmea se entregou
Ao lince da mesma espécie dizimada.
Tenho na minha alma o dom
De te sentir em Gijón,
A inconquistada…






13-12-2006




Rui Alexandre Sousa
E agora me lembra:

Sem a loucura
O que é o homem
Mais do que a besta sadia
Cadáver adiado que procria

«Fernando Pessoa» «Mensagem»















Uma mulher mal humorada
É uma fêmea mal amada.








2-1-2007










Rui Sousa

MUNDO

Pensando fecundo
Num sentimento profundo,
O meu rosto imundo
De lágrimas inundo.
A verdade dura um segundo.

Por mundos diferentes numa só terra
Viajei e nunca me encontrei.
Mundos desiguais desafiei…
Poeta de alheia guerra.

Mundos iguais desigualei,
Por haver neles tédio
De receitado remédio
Pela corrupta lei.

No mundo me deitei
Da filosofia aborrecida.
E como uma besta adormecida,
Tarde demais me levantei.


28-1-2007

Rui Sousa

DEPOIS DE TER LIDO UM POUCO A ILÍADA

Atena dos olhos de coruja
Viu a discórdia da velhice suja
Que intrincava teias invejosas
Na galharda juventude da Pampilhosa.

O deus das batalhas Ares
Desce rápido dos olímpicos ares
E faz um velho mocho desancar
Dez jovens que estavam a fumar.

Zeus, o deus do Olimpo lança um raio
Sobre a terra intimidando Ares e Atena
Que voltam para a sua estância serena,
E deixam na terra um aparente lacaio

Protegido destes deuses que procura humano
A sua Afrodite no meio da guerra adormecida
Como a flor mais apetecida e tão escondida
Fazem-no divagar nas estâncias de Ùrano.

Bem vindos à Pampilhosa, poltrões…
Vive aqui Páris fugido Menelau
E Dulcineia e Briseida navegam na Nau
Onde só D.Quixote tem boas emoções.





3-7-2008



Rui Alexandre Sousa

TENTEI

Tentei ter atitudes nobres.
Vi nobreza em homens pobres
Que derretiam trabalhando ao sol…
Alicerces do mundo que os engole…

Tentei compreender os mais fracos,
Mas nem neles devia confiar.
Expressei os meus sentimentos…afinal opacos
E de mim mesmo fiquei a duvidar…

Preferi as tabernas
Aos cafés mais elegantes
Que escondendo paixões internas
Eram frequentados por sinceros ignorantes…

Tentei o amor mais puro,
Doce grilhão da minha liberdade.
Pervertido da claridade,
Caí num denso buraco escuro…

Ah!Quero adormecer uma década
Vivendo em sonhos sem envelhecer.
Acordar na mão com o peso bélico de uma estranhada
Poderosa posse e com ela tudo estremecer…



30-3-2007



Rui Sousa