sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
Eu sei que é impossível
Para as mulheres
Gostarem de mim
Pelo que não sei o que sou?
Mas a maioria destes seres
Abrem as pernas a porras
Como quem abre um abismo sem fim.
E o mísero poeta parece que fumou ópio
E bebeu absinto que o acalmou.
Por excessos obrigatórios.
Por visões de purgatórios.
9-2-2012
Rui Sousa
E a solidão
Em mim persiste.
E o meu coração
Bate rouco e triste.
Outras vezes descompassado…
A.V.C. adiado.
E eu movimentava-me
Por amor.
E aninhava-me
No escuro vendo múltipla cor
Bebendo e fumando quase no escuro
Por celestial ser.
Só por duas velas iluminado
E como por duas portas fechado.
Numa tinha um cadeado,
Mas quando inconsciente a abria
Como que por negra magia assim saía,
Por ânsias de amor tão maltratado.
O outro lado
Estava escancarado,
E desesperado
De a ver assim
Quando o sol nascia
Nessa porta do quarto fechado,
Iluminando um ser torturado.
Feminis cadeados não por mim descodificados.
E 62 KG pesando
E a cabeça ou leve, ou o dobro pesando
Dominado pelo álcool
Sentia-me odiado pelo sol.
Mas já não sou aquele
Homem que por ti
Enlouqueceu.
Tudo em mim morreu…
O gozo nocturno.
O espantalho diurno
Foi o que aos poucos sobreviveu.
2-2012
Rui Alexandre Sousa
SONETO VII
Não lamentes, Alcino, o teu estado,
Corno tem sido muita gente boa;
Corníssimos fidalgos tem Lisboa,
Milhões de vezes cornos têm reinado.
Siqueu foi corno, e corno de um soldado:
Marco António por corno perdeu a c`roa;
Anfitrião com toda a sua proa
Na Fábula não passa por honrado;
Um rei Fernando foi cabrão famoso
( Segundo a antiga letra da gazeta)
E entre mil cornos expirou vaidoso;
Tudo no mundo é sujeito à greta:
Não fiques mais, Alcino, duvidoso
Que isto de ser corno é tudo peta.
Manuel Maria du Bocage
Subscrever:
Mensagens (Atom)