quarta-feira, 28 de abril de 2010

TOCADO PELA RAZÃO

Sofia,
Podes namorar e dormir descansada.
Não temas mais o pobre papão.
Olha que tocado de leve pela razão
Foste chicoteada
Do seu coração.







Diego Tristan





26-4-2010

Esquizofrenia…para mim a (felizmente) inconstante dúvida sobre o que é real ou irreal…

Diz-me onde é que fica
Diz-me como se comportam as pessoas
Diz-me como se aparenta ser normal
Diz-me onde é
Diz-me
Salva-me de mim mesmo
Porque vou morrer
Sem me conhecer
Sem saber o que é real
Faz-me tocar no que é belo e real
Se não amas a loucura
Porque me pões mais louco?
Deixa-me aproximar…




24-4-2010







Rui Alexandre Sousa
Tu, que vives da venda
De produtos fatais…
Ela saiu direita da tua porta,
Mas desgraçada virá torta
Procurar por mais.





23-4-2010

ESTOU VIVO

Por causa de ti vou escrever
Estas filhas da pu…de palavras…
Por causa de ti
Guardei a crença
Que o amor é uma doença.
E apesar de ter perdido
A ingenuidade mental contigo,
Orgulho-me de não a ter
Perdido fisicamente contigo.

Por causa de me teres
Virado as costas
Estou vivo.
Por causa
De me teres feito o contrário
Estou vivo.
Por causa de ti,
A todas me entrego, excepto o coração.
Mas para tua insatisfação
Sem ti não sobrevivo,
Estou vivo.


23-4-2010




Alexandre Navarro
As mãos das mulheres ociosas
Sempre devem estar
Para lindas eu lhes tocar
E de mim se tornarem viciosas!!!



21-4-2010





Rui Sousa
E quero deixar aqui a minha antipatia por Paulo Coelho, apesar de vender aos milhares (mas como diz Cervantes maior é o número dos simples do que o dos discretos. E eu que padeço de uma psicose esquizo paranóide ainda que controlada só toco nos extremos, e sou aquele alcoólico que não tem saúde para se embebedar. E um novo amor sincero faz de mim o que não quero: Génio, idiota, rebelde.) é obvio que em grandes escritores lhes passou levemente pela cabeça aquilo que ele edita, mas tenho para mim que não o fizeram por ser demasiado básico. António Aleixo que era quase analfabeto consegue ser mais genial.



Rui Sousa

Maybe the other side of Pearl Jam (Alive)

VIVA

Filha…ela disse…
Eu tenho uma história para ti:

Quando fizeres dezoito anos
Tiras a carta e compro-te um carro.
Quando fores doutora ainda
Que não exerças dar-te-ei uma mesada.
E se com esse título te quiseres casar
Podes escolher um doutor ou engenheiro
E eu ou a família dele
Te compraremos uma casa.
E quando a linhagem
De tais raças se unirem no jugo
Do matrimónio,
Enquanto fores bela e mais tentadora
Que o demónio
Espicha bem esse rabo e esse cono
E sairá a tão transcendental cria
De tão nobres linhagens.
E não te preocupes em ser cota…
O dinheiro até pode retardar a natureza.

E embora ele os dissesse à toa
Cai aqui bem um rifão de Sancho Pança:
Cada ovelha com sua parelha.

Apesar de ser um poema de merda
Deu-me um certo gozo fazê-lo.

19-4-2010

Diego Tristan

terça-feira, 13 de abril de 2010

E agora já um pouco refeito
Meu Deus até te respeito
Por desperdiçarmos
A merda que tens feito.

E se entre outros Zeus
Empunhava o raio.
O teu jugo é bondoso Deus
E no entanto tortuoso caio…

E por ser inculto
Desejava que a morte não fosse o fim.
Ou que a memória permanecesse, enfim
E que a minha pobre sepultura fosse local de culto.
Mas a sombra de insignificante vulto
Nem tem forças para seguir os passos de Caim?!...
Caminhei 7 milhas sem sentir
Questionando a minha existência
E escrevi 7 poemas de decadência







9-4-2010



Melancolicamente:


Rui Sousa

APROXIMA-SE O FIM…

Foram 16 anos de excessos
Que raramente tento e não consigo imitar.
O álcool não me afectou
O fígado, mas sim o pâncreas.
O tabaco pouco depois de acordar
Faz-me tossir exacerbadamente
E tenho dificuldade em respirar.
E o álcool e o tabaco juntos
São uma combinação que me faz vomitar.
Apesar de saúde debilitado
E de dois males desconfiado
Não quero ser temporário monge
De hospital.
Quero morrer longe
E soltar o meu lado espiritual


9-4-2010



Rui Alexandre Sousa
Princesas da Pampilhosa:

Rosas escondidas.
Rosas garridas.
Estarei a morrer
Quando a mim vos render.
(Prefiro amar uma rosa escondida
Do que uma rosa garrida).






8-4-2010




Rui Sousa

PRINCESAS DA PAMPILHOSA

Compreendo que estes machos as enojem,
Mas para o mal ou para o bem
Vocês aqui são a flor mais vaidosa.

E vão com outros homens
Para longínquas cidades
Onde ao pé de essas mulheres
Vocês são vulgaridades.
E oforecem os mais porcos prazeres
Quando na vossa terra vocês seriam princesas.
E até falsas e astutas
Onde homens seriam vossas presas
Passam noutras terras por putas.



6-7-2010





Diego Tristan

NA PAMPILHOSA

Compreendo que na tasca
Se sirva cocktail de jeropiga com bagaço.
Que qualquer homem pareça um palhaço
E de um bêbado porco não escapa.

No café fumam-se charutos
Onde alguns atrofiam, alguns dão urros.
Alguns ficam espertos, alguns ficam burros.
Alguns ficam pacíficos, alguns ficam brutos.

365 DIAS DE SODOMA

O leitãozinho com o cu virado para a grande cidade
Em 365 dias de sodoma
Embaraça o próprio Marquês de Sade.

MALIGNA

Apesar de ser


O teu rosto não pode ser belo,
Porque as tuas feições são malignas.

Dei-te o meu amor singelo,
Mas preferiste brasões e insígnias.

E queres expulsar do castelo
Outras princesas indignas.








Rui Sousa
Com insónias levantou-se à meia noite…
Pegou numa garrafa de whisky.
Ligou o computador.
Esteve a apreciar Doors, Guns n’Roses, Pearl Jam
E bebendo whisky em silêncio
Para não acordar a sua amada mãe.
Saiu para a rua com meia
Garrafa de whisky na mão.
Caminhou quilómetros na escuridão
Até chegar de manhã à civilização.
Entrou no restaurante com fixação
Por açúcar…tinha o cabelo comprido,
Uma cara bonita e vestia saia escocesa.
Perguntavam:«Será homem será mulher?»
Um trolha machista xenófobo gozava
Até que lhe levantou a saia
E vendo-lhe o sexo
Engasgou-se
E retirou-se.
Tinha consigo algum dinheiro
Para chegar ao seu destino.
Mas não aceitava boleias
Depois de ter visto um filme
E os fracos psicopatas podem ser imitadores.
Seguindo sozinho
Talvez morrendo no caminho,
Espera encontrar algo de bom
Em Gijón.





5-4-2010






Diego Tristan

ESPERMA ÁCIDO

Depois de uma maratona sexual…
Oral,
Anal,
Vaginal,
Anal,
Vaginal,
Vim-me…
Custou, mas vim-me.
Custou tocar nessas pernas eriçadas
Que só uma vez no Verão devem ser depiladas.
E não me vim no teu buraco,
Adornado pareçia pela mata do Buçaco.
Virilhas eriçadas,
Pêlos emaranhados.
E assim sobre eles vim-me
E deixei-te só com o monte de Vénus,
Porque o esperma reprimido, mal utilizado,
Vindo de mim se torna ácido.





5-4-2010





Diego Tristan

terça-feira, 6 de abril de 2010

Quando fui
De água benta benzido
Chorei,chorei
Que me fartei
Feito um perdido
Que não é socorrido.

Quando carreguei
A cruz de rosmaninho
Parece que escorreguei
E fiquei a meio do caminho.

Dentro da igrejo imagens
Bíblicas sussurravam.
Demónios me massacravam.
Anjos me ensaguentavam.
E embora muito perto esteja
Não gosto de entrar na igreja.





28-3-2010






Rui Sousa

VAMPIRO DE TRÓIA DE SETÚBAL

Desesperada e perdida
Corre pela ilha
Até ao fim da milha
E entrega a tua vida
Aos meus encantos
Na taberna dos prantos…








28-3-2010






Rui Alexandre Sousa





Ispirado em Queen of the damned
Odeia-me uma vez.
Odeia-me outra vez.
Odeia-me ainda mais
Que sentirei outra vez
Aquele amor que nos fez
Improváveis mortais.







Rui Alexandre Sousa

PORCELANA

Quanto mais longe de mim me levares…
De frenéticas paixões alucinadas.
Se um dia nos teus candidos braços me adormeces…
Quanto mais de mim me livrares…
De mitos e venerações erradas,
Direi que só tu me conheces…

Nos meus sonhos mais profundos
Fui um mineral dos oceanos fecundos.
Minerais raros, vindos de um mar
Espumando ao te formar.

Na minha mente, o relevo natural
Que oe teu corpo não emana
Nem a uma mão profana.
No meu coração sou um mineral
Cristalino, esquecido na porcelana…





13-1-2007





Rui Sousa
Longe de viver.
Escuto novos verbos na chuva…
Beijo a minha futura viúva,
Estou sempre tão perto de morrer.

Tenho em mim tanto amor
Para dar num mundo de fingimento.
No escuro não existe só esta cor
Preta no garrido sofrimento.

Longe de viver.
Solitária a minha vivência,
Acompanhada de decadência.
Onde me vou esconder?

Estou sempre tão perto de morrer
Longe de ter a consciência
Da minha humanidade a desaparecer.
Não questiono a minha existência
Quando o sol se está a pôr.
Só questiono fustigada dormência
Pela alvorada do teu amor.





12-1-2007





Rui Sousa

DOÇURA AMARGOSA

Toda a tua doçura
Insensível me povoa,
Porque sei que é a tua postura
Com qualquer pessoa.

Não quero a posse
De possuir vontades escravas.
Talvez te merecesse
Se morrendo eu fosse
Com infinitas melosas palavras.
Mas não quero ouvir
Da tua boca doce
Respostas amargas.

Que méritos te conquistaram?...
A simples monotonia de uma vida segura
Devem prender e esconder a formosura?...
Que falhas ou faltas me mataram?...
A doce causa da minha amargura.




17-6-2008






Rui Alexandre Sousa

ÁLCOOL EVAPORADO

Farto de sentimentos vãos…
Farto do que em mim procuro.
Não me farto de um sentimento impuro,
Porque os cenários não estão nas minhas mãos.

Às vexes não consigo deixar de olhar para o chão
Quando pelo sol sou iluminado.
Às vezes na minha louca paixão,
Penso que estou a beber álcool evaporado.

Não compreendo porque me deixas humilhado.
Não compreendo humanos que se riem.
Talvez no meu caminho isolado,
Visse os colossos caírem.

Morro de ansiedade..
Morro estando embriagado,
Mas pensando que na verdade
Estou a beber álcool evaporado.





20-8-2006





Rui Alexandre Sousa

TU, QUE ESCREVES TU…

Tu, que nunca viveste um grande amor,
Desconheces que o amor pode ser feio.
Tu, que não sentes frio nem calor
Vagueias-te no medíocre meio.

Tu, que escreves sem sentir dor,
O teu estro é vulgar conhecido projecto.
Tu, que não te julgas superior
E no entanto julgas concreto?

Tu, que te julgas esperto,
Porque desconheces a demência…
Não saberás que a inteligência
É oculta de um gesto certo?

Em sátiras fáceis te afoga
Que parecem de ti versus.
E gostar de droga
É ler os teus concretos versos.




16-2-2008




Rui Sousa

OLHOS MORTOS

Olhar morto no curto horizonte,
Vendo sempre a mesma poesia feia.
Em Gijón vive uma sereia
Mais fecunda que a espuma do mar na sua fonte.

Sinto que em ti está o meu destino
Correndo feliz, ou esperando infeliz.
Imagino que me sorris
Como a mais bela melodia de um violino.

Só não te vejo quando tenho os olhos mortos
Reiventando aborrecida filosofia
Que mata e confusa parece sorrir…
E torturado quero partir dos portos
E chegar a ti, abraçando toda a tua magia
E amarmo-nos sem nunca mentir.
E de prazer, morrer e viver…sentir


Sem a minha poesia
Me voltar a agredir.



10-2-2007






Rui Alexandre Sousa

O CONVITE DA CHUVA

Via-se chuva caindo em quantidade
Pelos faróis dos automóveis,
Que passavam em grande velocidade,
Conduzidos por condutores ignóbeis.

Os meus gestos eram…imóveis.
Com o pensamento seguia-te
Em cada carro, em todo o lado.
O meu corpo molhado
Pela chuva ardia, e mais que tudo, queria-te…

Os humanos não têm importância.
Não temo invernais elementos da natureza.
Sonho na chuva com o calor da tua beleza,
Derretendo a minha inconstância…

Vem…minha Afrodite
De pele clara na noite escura,
Com contrações de rara formosura
E aceita da chuva o convite.




20-2-2007






Rui Sousa

O QUE SEI

Sei que a vida me está pesada.
Lutuosa trela de emancipação,
Soltando a minha humanidade apressada,
Sofrendo lentamente sofrido lento em vão.

Sei que em breve estarás casada
Com mais razão do que coração.
Estás de mim esquiva e arredada
E guardada em mim na solidão,
Soltarei assim tamanha paixão.

Sei que o meu mundo compõe-se
De invisibilidades e visíveis distrações.
Sei que o meu mundo destrói-se e impõe-se
Nas minhas estranhas reações.

Às vezes quero sorrir
E começo a chorar.
Às vezes estou a refectir,
Mas nunca a humanizar.




17-3-2007




Rui Sousa

MISTERIOSAMENTE SENSÍVEL

Um homem
Esquizofrénico
Frágil
Alcoólico
Por dentro gótico
Obssessivo
Perigoso



Caras damas:
Sou um homem
De especial bom gosto.
Do melhor que podem provar.
Beijar,
Chupar,
Trincar.






27-3-2010




Alexandre Navarro
Sou um lobo de amor faminto…
A minha fêmea mais que tudo amada
Está pelos humanos guardada
E vagueio tão esquelético de jantar sucinto
E sem saber partilhar absinto.

E vejo da humanidade a cega vaidade
Os estragos que fizeram no mundo
Um grande estrago que já não pode ser reparado.
E na minha puberdade
Já me imaginava isolado no fundo,
E já imagino um gato por um cão sodomizado.





25-3-2010




Rui Alexandre Sousa
As indiferentes diferentes
Vastas, vagas
Interpretações.
As impotentes
Partes gagas
De divagações.



A HORA DOS MORTOS


Numa hora indizível,
Uma mulher hipertensa
Procurando a juventude perdida
Está vulnerável e sensível,
Passando por um velho que pensa,
Fumando um cigarro de ponta enfurecida.

Vindos de diferentes vias,
Esta mulher e este homem
Que se consomem,
Cruzam-se todos os dias.



22-3-2007




Rui Sousa

ÂMAGO E SISTEMA

Pessoas automáticas
Esquecidas do coração
Falam de revolução
Com ilusões sistemáticas.

Parece haver vida lá fora
Onde se ouve acesa discussão
Por automóveis uma colisão
De onde me vou embora.

A politica parece o tema.
Engravatados libertam a guerra…
Dão nós cegos na espremida terra.
Eis, o sistema…

Sonho com lindas mulheres…
Tímidas ou desenvoltas?
Acabas por não distinguires.
Acanhado a sua timidez soltas…

Gostava de crer…feito um monge.
Ou ser um mago da cerâmica
Vencido pela sua criação satânica.
O âmago não está longe.




11-10-2007




Rui Sousa
Sofia,
Apesar de o meu estro
Te facultar
Nítida poesia.
Sinto que te não vai tocar.


Só os extremos te tocam.
Os extremos da inteligência
Ou o extremo da inteligente demência?...
Os meus inconscientes movimentos
Por ti se deslocam
No sol abrasador,na chuva ou furiosos ventos…


Mas gostaria de te escrever
Duas palavras de amor
Em estilo grunge:



SHAVE MÉÉ
RAPE MÉÉ





Rui Alexandre Sousa



24-3-2010

MULHER INCONSTANTE

Mulher inconstante.
Constante desgraça…
Até o teu cavaleiro andante
Perde a triste figura e não te acha graça.

Mulher fútil, mulher inconstante
Maneja perigosos dardos.
Faz chorar parvos, e evitas bardos
Que dizem que és elegante
Crivando-te o rabo de cardos.

Mulher, sinónimo de inconstância?
Não aceito esta verdade!
Com o decorrer da idade
Terás mais elegãncia e constância?...


Uma mulher inconstante
Merece desprezo constante.



Sou tão ingénuo





3-9-2007



Rui Sousa
«Os sons são inofensivos ou extremamente perturbadores devido mais á sua natureza do que à sua intensidade.»

Jane Austen

Persuarsão





Risos mudos perturbavam
O guardião de sensibilidade.
Afectos contritos se guardavam
Raros na sua imortalidade.

Da chuva, a densidade
Lágrimas sentidas abafava.
Do vento a ferocidade
Sons frenéticos não mostrava.

De uma mulher a sua filosofia
Todos os sons amordaçava.
E sentindo a sua hipocrisia
Um homem se matava…





30-8-2007





Rui Sousa

TRISTE ROTINA

Como era triste a minha rotina
Caminhando para tropeçar.
O estro deixou-se perecer
Pela fêmea maligna.
A ela não se pode comparar
A minha avó a sofrer
Com tão triste sina
Para ter paz só ao morrer.









3-11-2008








Rui Alexandre Almeida Sousa

O RIO DISSE-ME…

Oh, sereia, por favor, crê em mim.
O rio disse-me, a lua cheia espelhada
Marca o lugar onde és imaculada
Distanciada da razão por que vim.

Como tu, existe outra bela sim,
Linda noutra natureza invocada,
Onde a razão é serva desgraçada.
Ah! Bela sereia deixas-me assim

Com o rio cantando lamentações?
Sábio correndo, livre rio corre
Isento de tais preocupações

E deixa ficar à margem quem morre,
Irado volta em frias estações
E com uma cheia me socorre.






1997




Rui Sousa

VISCOSO (E) ESCONDE-TE

A lua cheia clareando
O teu corpo bronzeado.
Talvez o valioso metal iluminando
O teu coração desobrigado
Encontre um sentimento fervoroso.
Tu, eu…viscoso.

Novas cores descobertas na escuridão.
A realidade
Faz-me decorar o chão.
A liberdade
Solta do corpo um movimento chuvoso.
A escuridão, o som, o movimento…viscoso.

Às vezes o nervosismo
Passa para o outro lado.
Às vezes quando sou arrastado
Encontro liberdade no álcoolismo.
O dia alcoólico, o vómito…viscoso…

Às vezes gostava de ter asas
E passar rápido pelos telhados
Arrancando as telhas das casas,
Subir e passsar os astros ilimitados,
Perder um confronto cósmico com um estranho leproso,
Caír e decorar o chão…viscoso.



1998


Rui Sousa
Gatinha
Gata,
Mas nunca chames gatona
A uma quarentona,
Porque assim podes ser mal intrepretado
E levar uma gaifona.

Quando bem conservadas
Com cremes anti envelhecimento
Quando do casamento enjoadoas
Querem pelos mais novos serem fornicadas.
(Mas esta infedilidade aos homens igualmente se aplica).

Mas digo sem exagero
Que uma mulher de quarenta
É o melhor tempêro.
Mais vale uma vivida quarentona
Do que uma jovem marafona.




23-3-2010






Rui Alexandre Sousa
Flor na flor da vida
Entrega-me essa mesma vida
Aos meus encantos
Na taberna dos prantos.

UM AMOR SINCERO
FAZ DE MIM O QUE NÃO QUERO.

NAS ENTRANHAS

A ANGÚSTIA A MARTIRIZAR-ME
FAZ UM MÁRTIR DE MIM
ESTEJA ONDE NÃO ESTOU?
AQUELA MULHER A TORTURAR-ME
EM REENCARNAÇÕES SEM FIM
FAZ DE MIM O QUE NÃO SOU?

O SEU IRRESISTIVEL ODOR
FAZ-ME TEMER O MEU PRÓPRIO AMOR.
E RECUANDO COM TANTO CALOR
VIVO NA SOLIDÃO E NA DOR.




19-3-2010




Alexandre Navarro