terça-feira, 6 de abril de 2010

O RIO DISSE-ME…

Oh, sereia, por favor, crê em mim.
O rio disse-me, a lua cheia espelhada
Marca o lugar onde és imaculada
Distanciada da razão por que vim.

Como tu, existe outra bela sim,
Linda noutra natureza invocada,
Onde a razão é serva desgraçada.
Ah! Bela sereia deixas-me assim

Com o rio cantando lamentações?
Sábio correndo, livre rio corre
Isento de tais preocupações

E deixa ficar à margem quem morre,
Irado volta em frias estações
E com uma cheia me socorre.






1997




Rui Sousa

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