sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
Ela tem 52 anos.
E teve mais de 1500 amantes
Sem se chamar Olivia Del Rio.
E entre eles alguns
Já lhe sugaram três estrias.
Dormia a parir.
Sabe-se lá qual é o pai.
Mais três fetos estavam por vir
E ela não soltava um ai.
Pariu a vida inteira.
A lusitana espécie estava em extinção.
Chamavam-lhe a salvadora da pátria parideira,
Porque queria povoar a lusa nação.
25-1-2012
Rui Sousa
VOU SER REPETITIVO
Onde estão as mulheres deste país?
À meia noite se eclipsaram
E em suas casas com os seus feitiços retiraram
As verrugas do nariz.
Montadas em suas vassouras voaram
Para o centro de Paris.
E com o seu hálito envenenaram
A bela Parisiense e o amante que condiz.
Isto para as mais convencidas
Rui Sousa
Veio do frio da Suíça
Para na fornalha dela descongelar a piça.
E impotente da piça
Assim regressou à Suíça.
Eu já não sou novinho,
Sou de velho whisky requintando.
Mas a maioria não tem
Um bom olfacto no focinho.
Queiram-me desculpar,
Mas se não sabem, fiquem a saber
A poesia sempre à frente do poeta.
2012
Rui Sousa
Musa antiga
Que o locus horrendus
Me inspirava.
Digamos que foi o melhor
Poema que me transpirava.
Por onde pinhais e cemitérios
Com os corvos e as corujas pernoitava.
E que no rosto a chuva abafava
Quando chorava…
Por vezes chegou a prova
Que a poesia
Está sempre à frente
Do poeta.
Mas a malévola
Não se encontra na nébula…
Mas sim em hipócritas finas festas
Onde porras palpitam
Por entreabertas frestas…
20-1-2012
Rui Sousa
XXXI
Dizendo que a costura não dá nada,
Que não sebe servir quem foi senhora,
A impulsos da paixão fornicadora
Sobe de alcoviteira a moça a escada:
Seus desejos lhe pinta a malfadada,
E a tabaquenta velha sedutora
Diz-lhe « Veio menina, em bela hora,
Que essas, que aí tenho, já não ganham nada; »
Matricula-se aqui a tal pateta
Em punhetas e fodas de industria,
Enquanto a mestra lhe não rifa a greta:
Chega, por fim, o fornicário dia;
E em pouco a menina de muleta
Passeia do hospital na enfermaria.
Bocage
Não por mim, nem muito menos por alguém
Voltarei aos vícios do passado…
Porque para estragar a saúde é preciso tê-la.
Assim continuarei na sociedade ninguém,
Porque quem não aparece é menos que o passado.
E se algum velho amigo no velho vício podre se mantém,
É porque vê-la
Está a deixar-se.
Está a matar-se.
Rui Alexandre Sousa
18-12-2011
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
Oh, doce aneurisma, infinita musa…
Dás-me pouco para muito sonhar.
Estar num bar
Onde sei que vais entrar
E com muitos copos de whisky me embebedar
E finalmente sentir-te chegar
E inspirados poemas declamar.
Mas natureza do azar
Segunda vida numa só ninguém ma vai dar.
Quem não tem saúde
Não a pode estragar.
2812-2011
Rui Sousa
De pé, com esse cullo, cruzadas
As pernas, encarquilhando o cono,
O meu nervo cresce e no umbigo dá porradas
E não consigo ter mais sono.
Tu és das mulheres das mais cobiçadas.
E eu sou o chamado abandono.
Quadro perfeito é imaginar-te nua,
E no teu coninho dar-te vorazes pancadas.
Na glória de ser o teu sexual adorno, contorno.
E mesmo sem me dar azo para isso
Sinto-me impaciente, mas nunca
De ser o teu futuro amante corno.
Não queres um beijo meu?
Uma rapidinha?
Uma maratona de Chítara?
Seres a minha escrava sexual?
Tolo sou eu e quem pensa que é o teu dono…
Gostas de ter o poder
No acto do prazer?
Ou gostas de ser dominada,
E se emancipada não pareces ser,
É só porque te dá mais prazer?
Mulher!
16-12-2011
Abel Agreste
Entre coisas, ó da Rosa
Que confessaram entre si o cura
E a freira mais airosa
Disse o cura:
- Por vós caríssima irmã
Já nem sei se é o Diabo
Que me faz crescer
Vinte centímetros o nabo.
- Valha-me Deus (disse a freira)
Com tudo isso arrepiavam-se-me os pêlos
Das pernas e caíam-me aos pés.
E desgastava-se o pudor dos meus pneus.
27-11-2011
Rui Sousa
Ainda não nasceu a alvorada…
A estrada esburacada
Está quase alagada…
Porque de quando em quando
Vem uma chuvada.
Indícios vejo que foi vomitada.
É preciso precauções, porque pelo chão
Em certas partes foi defecada.
E as mulheres lindas da Pampilhosa
Fogem para a Mealhada.
E ainda não nasceu a alvorada…
20-11-2011
Rui Sousa
Subscrever:
Mensagens (Atom)