Na barca velha do rio Flagetonte,
Seguindo o caminho do caos sem fundo,
O acto não contido, meu sonho profundo
Consistia em Valquírias, vejo Caronte.
Coluna arqueada em decrépita fronte
Cansada de remar o sombrio mundo.
E assim calado nos remos fecundo
Condecorou-me o trágico horizonte
Que não começou, mas vi terminar,
Quando ouço um grunhido rouco e mordaz,
Dificultando as Parcas de ajuizar.
Amedrontado, volto para trás…
Caronte partiu para logo voltar,
Porque vou pedir tua alma a Satanás.
1996
Rui Sousa
quarta-feira, 3 de março de 2010
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