segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

PELOS OLHOS DO CORVO

A noite vai alta no pinhal
Onde caminho silencioso.
Estou dos meus sentimentos receoso.
Vou estravasar o meu mal…

Vejo poucas estrelas, não encontro a lua.
No escuro, piso estranhos concretos.
Sufocam-me risos como novos dialectos.
Por um momento claridade insinua
A frieza de uns olhos pretos…
Gostava de te aqui ter nua.

Novamente os olhos pretos…
Com voz rouca e tremida pergunto:Quem mais aqui está?
Sons estridentes sabem dos meus afectos:
Crá, olá, Rui…Olá…
Amor, só mesmo a morte te dará!

Pela humanidade malquisto
No mundo resisto.
Pelos olhos do corvo fui visto.





2-8-2006





Rui Sousa

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