segunda-feira, 4 de junho de 2012


A minha verdade «melancolia»
Estava entre o dia e a noite…
Acordei entre a noite e o dia
Com maquiavélica harmonia
Que em tudo se afoite.
O portão parecia
Pela ventania
Escancarado
A sair nos pensamentos pendia
Quando bato no portão, afinal fechado.
Tudo me parecia fora da rotina:
Os gatos sem comida para mim bufavam
E da boca espumavam
Parecendo uma seta repentina.
Arrependi-me de estar acordado,
Porque o coração batia na patavina,
Descompassado…
Quem dera mostrar alegria.
Ter pela vida energia.
Forcejava por ter mental saúde
Que não tinha…tinha a alma esguia.
Prenderam-me sentimentos de que fugia…
Abateu-se-me no espírito o INFERNO DO CIÚME,
E  todas as suas lascivas a acções eu via.
E amar solitário  quase em segredo
Torna o coração azedo.
E a mente de mim fugia
Sobre uma visão que ardia…
Morto em fogo pela sua indiferente maestria.
E assim era ela a tal, a única que eu queria,
E todos os homens tinham por ela inveja,
E do que troca de carro (como qualquer porcaria).
E por muito insensível que ela para mim seja,
Pelo seu olhar misterioso.
Ou vaidoso,
Ou, enfim, ternurento,
Põe-me ciumento.
O meu coração negreja.
E o meu pouco valor
Foi por fim vomitar no chão da igreja
Meu amor.
27-3.2012
Rui Alexandre Sousa

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