quinta-feira, 18 de junho de 2009

Caminho na noite chuvosa
E só me presencia a lua cheia.
Onde estará mulher tão formosa
Sem um segundo me reter na ideia?

O seu singular penteado
Negro cabelo
Faz do luar prateado
Um olhar triste, mendigado
Por ser tão belo não poder sê-lo.
O seu olhar é por vezes singelo
Quando não descaradamente desejado.
Misterioso céu estrelado,
Ah! Quem me dera descrevê-lo…
Momento que por vê-lo
O sol ficaria eclipsado.

Displicente por agreste caminho
Me persegue a lua
Como a tua pele nua.
E tão alta e tão baixinho
Não te posso dar carinho.

Sinto que és moderna e prática,
Assim a tua imagem evidencia.
Por isso, perdoa-me se for apática
Não sei se nova ou velha poesia.



Presente em mim a tua formosura
Agarraste mutável textura.
Um olhar de misteriosa doçura,
Lábios como a seda mais pura
Aveludam a minha amargura.

Perdoa-me a ousadia,
Mas nesta noite chuvosa
A tua imagem luminosa,
É contraste… pura poesia.

18-3-2008

Rui Sousa

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