quinta-feira, 18 de junho de 2009

"Na psiquiatria interna entre Março e Abril de 2008"

(Saraus de psiquiatria interna)

Na psiquiatria interna por ser esquizofrénico, alcoólico e abusar da medicação estive internado quase um mês. Estive a soro e passei dois dias sem dormir. E tudo o que eu ingeria vomitava ao ponto de os meus olhos quase se tocarem um no outro. Afinal sobrevivi, porque me deram a antiga medicação em doses menores. Conheci um paciente que me disse: - Ia no meu carro a 390 km hora, meti o nitro e arrebentou-me a cabeça. Deram-me no peito e na cabeça 100 tiros de caçadeira de caçar elefantes, e agora vou fumar um cigarro para dar o sentimento, entendes?... E tinha conversas transcendentais com um esquizofrénico que disse: - Primeiro dou um murro ao polícia e abro-lhe a cabeça. Depois só com os dois dedos esmigalho-lhe o cérebro de modo a ficar mole para dar de comer à minha cadela que já é velha e tem os dentes moles e podem-se partir. Depois chegou outro esquizofrénico que era agressivo e dominava uma arte marcial e tinha mandado um caldo de heroína para fora. No primeiro dia chorou, mas nos dias seguintes já intimidava psiquiatras, enfermeiros e pacientes. Fiz amizades com tipos que estavam com esgotamentos nervosos, depressões, tentativas de suicídio. E nos dois primeiros dias um obsessivo compulsivo disse: - Ai, este rapaz, que morte horrível. E dizia isto chorando…


14-10-2008

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