sexta-feira, 6 de maio de 2011

Isto é tudo o que eu não quero ser



XXVIII




Uma noite o Scopezzi mui contente
(Depois de borrifar a sacra espada
Que traz de rubra fita pendurada
Com cuspo e vinho, que vomita quente;)


Conversava com a esposa em voz tremente
Sobre a grande ventura inesperada
De ser a sua Plácida adorada
Por um Marquês tão rico e tão potente:

A velha lhe replica «Isso é verdade,
Enquanto moça for, nunca o dinheiro
Faltará nesta casa em quantidade.


Mas tu sempre és o tafulão primeiro:
Pois tendo cabrão sido noutra idade,
És agora o maior alcoviteiro! »



Bocage

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