terça-feira, 5 de janeiro de 2010

COM O NOSSO CORPO

Com o corpo dela
Entrou num mundo imaginário,
Despiu-se até ficar nua,
Caminhou segura e bela,
Pintando um quadro lírico e hereditário
Onde a imagem mais próxima era a lua.
Ela não me tinha visto.
Qualquer gesto seria ordinário.
Estava num transe além da psicose.
Uma distância infinita em mim se cose.
Pensando em tudo o que não é previsto,
Ela tocou-me com olhos vendados,
Descreveu sentimentos e formas presentes
Que tapou com dois tecidos perfumados.
Representamos para o nosso querer
Intenso, desvendamos sentidos omnipresentes,
Procurámos gestos ensaiados
E jurámos que não nos podiamos ver.








Rui Sousa

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