segunda-feira, 27 de abril de 2009

"Miragem de Dezembro"

Melancólica e fria, a chuva se mostrava
Ao espectro que a sua sepultura cavava…
Nasci no instável mês de Setembro,
Amando a paisagem de Dezembro.
Abrindo a boca para o céu,
A chuva me dava molhados beijos…
Fechando e abrindo os meus olhos de ateu
Repentinamente vejo
Uma mulher misteriosa
Desaparecendo numa estrada vertiginosa…
Seria uma miragem?...
O seu longo cabelo negro luzidio
Continha forças para me enforcar.
Tentava esconder libertinagem
Um vestido branco apertando o corpo esguio
De se casar e o mundo a se enamorar…
Desprezando o chão caminhava para um desvio
Que eu seguia nítido como o luar.
O seu olhar ardente derrete o frio
Como o repentino sol que me vem ofuscar…

Eras estável continuidade da palavra beleza…
Temperamento instável como a temperatura portuguesa?...





6-12-2006

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