segunda-feira, 27 de abril de 2009

"Os mortos"

Vêm por ribeiras de caminhos tortos,
Por pais pouco abastados,
Ou pelos familiares desprezados,
Desaguar a obscuros portos.

São seres estranhos
Do dia, na noite rápida aniquilam-se.
Em buracos de álcool socializam-se,
Ficando por dentro castanhos,
Brancos ou vermelhos no rosto…marginalizam-se.

Não gostam dos seus semelhantes,
Mas comunicam tísicos com obesos,
E quando pelo álcool ficam acesos,
Escurecem olhos e semblantes.

Vêm os ricos pela estrada
Da ribeira subindo, e viajando dos portos.
Acenam e ninguém diz nada.
Até outro dia, mortos.

E agora, leitor, julgareis o que é mais decente,
Se ser do mundo bêbedo, se de tal gente…








11-11-06

Sem comentários:

Enviar um comentário