Platónico amor, deixa-te de intrigas,
Já que não pertences mais a este século,
Já que os teus inimigos não castigas,
Baixa o podre, perigoso tentáculo
Que se alimenta das minhas fadigas,
Das fadigas do invulgar espectáculo.
Público não tens, o actor não abrigas.
Ao teu devoto dás mísero oráculo.
Vai-te, infeliz, some-te de vez,
Esconde-te no soberano espaço.
Lá mora a vítima da estupidez.
À deusa que desconhece este laço,
Explica-lhe quem sou, diz-lhe quem és,
Platónico amor deixa-te de intrigas.
1996
sexta-feira, 27 de março de 2009
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