Ela disse que eu era muito estranho,
Triste e sinistro, e com a voz encantadora
Largou-me na noite ameaçadora
Que vai alargando o funesto tamanho.
Como furtiva figura infractora
Caminho centrado no povoado
Que me divisa em sonhos debruçado,
Amando a paisagem desoladora.
Um cão espumando da boca aberta
Descreve a minha presença agoirada.
A tristeza que se sente ameaçada,
Como uma serpente sempre desperta.
Um vulto lento caminha abrindo
A neblina dizendo-me bom dia.
Voz doce e fadista humedece e arrepia
A madrugada que me vai sentindo.
Apressando a manhã de sonhos, liberta,
Prendendo no silêncio foragido
Um vitimado vampiro escondido
Que espera a noite da vila deserta.
1997
sexta-feira, 27 de março de 2009
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