Rapariga nova, tesouro esquecido
Entrementes do bem e do mal,
Mentes diferentes objecto aparecido
Quando os seus pais eram o casal.
Moça magnética repele um sentido,
Na sua graça o impacto recai.
Aqui, um desejo escondido
Ali, violência do pai.
Mudanças todos os dias
Impossibilitadas de mudar,
Lembranças casuais de noites vazias
Onde tudo tendia a ficar.
Que raiva sente
De a outros sentimentos não poder escapar.
O outro sexo, até aqui indiferente,
Jamais a poderia largar.
O pai psicopata, a mãe na disputa,
Em nada a conseguiam ajudar.
E este homem, numa estranha luta,
A sua personalidade na filha resolveu vincar.
Ele alcançou-me nos olhos, estremeceu uma vista,
Despiu a roupa, apertou-me nos braços,
Fodeu-me na boca, arrancou-me os pedaços,
E ali ficou, numa pose machista.
Levaram-na ao psiquiatra
Para lá seguir uma carreira.
Prometeram ouro, mas ela escolheu luz de prata…
Ingrata uma vez, rebelde a vida inteira.
1995
sexta-feira, 27 de março de 2009
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