O mau tempo nem sempre engana,
Escondido no velho carvalho.
O bom tempo jamais se emana,
Fugindo em pleno orvalho.
O tempo também tem marcas,
São marcas que o templo chora.
A natureza inverte as lágrimas
Por alguém que foi embora.
Com o tempo perdi a voz
No templo onde muito se fala
Que rebelde natureza da foz
Se dará a quem se cala.
O tempo nunca se expressa
No momento que já se fora numa flora.
O mau tempo jamais apressa
Esse mundo, que por vezes cora.
Com quem…ele segrega?
Escondendo o seu segredo,
Rara deusa grega
Que alimenta o nosso medo.
Nos subúrbios sempre em festa
A calma que se envolve,
Deserto e floresta
Há sempre quem devolve.
O tempo também diz não
A quem alimenta a demora.
O sábio ancião
Bem sei que ele namora.
1995
sexta-feira, 27 de março de 2009
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