sexta-feira, 27 de março de 2009

"Segredo"

O mau tempo nem sempre engana,
Escondido no velho carvalho.
O bom tempo jamais se emana,
Fugindo em pleno orvalho.


O tempo também tem marcas,
São marcas que o templo chora.
A natureza inverte as lágrimas
Por alguém que foi embora.


Com o tempo perdi a voz
No templo onde muito se fala
Que rebelde natureza da foz
Se dará a quem se cala.


O tempo nunca se expressa
No momento que já se fora numa flora.
O mau tempo jamais apressa
Esse mundo, que por vezes cora.


Com quem…ele segrega?
Escondendo o seu segredo,
Rara deusa grega
Que alimenta o nosso medo.

Nos subúrbios sempre em festa
A calma que se envolve,
Deserto e floresta
Há sempre quem devolve.


O tempo também diz não
A quem alimenta a demora.
O sábio ancião
Bem sei que ele namora.


1995

Sem comentários:

Enviar um comentário