Beldade em estado de demência,
Dispersando a tua frágil loucura,
Volvendo a lindo custo a face pura,
És quadro divino, acordas dormência.
Quando olhas para o espelho com violência,
Quando a razão má, rangendo, murmura,
Não pode o pobre mostrar massa escura,
Parte-se o vidro, escravo da aparência.
Partes, vidro, cortas-me o coração,
Olhos de vidro por te conhecer.
Sendo homem, não mereço reflexão,
Nesse espelho onde tu queres viver
Talvez de fora sintas a pressão
Sobre-humana de alguém que te quer ver.
1996
sexta-feira, 27 de março de 2009
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