sexta-feira, 27 de março de 2009

"Esperando a névoa passar"

Suave, ela chega,
Delicada presença que aconchega
O frenesim da triste natureza.


É tanta graça, tamanha beleza,
A que neste ser mora
Que até a sórdida acção se demora.


É baixinha,
Sendo vulgar,
Esta graça minha
Que me pode matar.


Tudo se precipita
Quando a vejo,
Eu desejo ver…sem pejo.


Mas ela evita,
Por isso evito
As trevas de que necessito.


O tempo passa
E bem depressa,
Mas tudo fica igual
Não consigo…ser imortal.


1994

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